Meu marido me trouxe um presente da rua. Não é fralda, não é roupa pro Miguel, muito menos pra mim. Não são flores, nem chocolates, tampouco um anel de diamantes ou um seguro de vida. Foi uma gripe maldita, que mal saí de uma, já peguei outra. Se eu ganhasse dinheiro tal qual tenho ficado gripada, eu teria comprado uma mansão maneiraça e um cruzeiro pro Caribe. Pra piorar a coisa, o tempo está seco e aqui no interior-do-fim-da-picada, há muita plantação de cana, e agora, época de safra, o que acontece? Queimada! O ar fede a fumaça e está empesteado de fuligem. Isso sem falar nos babacas que metem fogo em terrenos baldios só pra ver a coisa arder. É coisa pra bater com arreio nas costas de um bocó desses! Ainda bem que posso e devo ficar deitada, ajuda a superar todo o mal estar. Mas não to reclamando não. Estou botando um registro por aqui só pra constar. Já estou sabendo bem o que é "padecer no paraíso".
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