sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz 2011!


Depois de um ano cheio de novidades para muitas mamães da blogosfera...
Das barrigas imensas, das estrias, das vontades mais loucas...
Depois de 2.547 fraldas sujésimas de cocô e pesadas de xixi...
Depois de muitos queijinhos pós-mamada...
Das noites mal dormidas, dos sorrisos banguelas, do cheirinho irresistível dos cangotes gordinhos...
Depois de tudo isso, eu só posso desejar a todas nós
Um 2011 cheio de mais outro tanto de coisas legais
De realizações para as tentantes
De nascimentos para quem ainda está com barrigão
De novidades para quem já desbarrigou!

Feliz Ano Novo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
A gente se vê no ano que vem!!!!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Retrospectiva 2010 - altamente editável

Pois é, pessoal! Mais um ano indo pras cucuias. Eu particularmente detesto esse negócio de terminar ano, reveillon, blablabla, adeus ano velho, feliz ano novo. Dá uma preguiça gigante começar tudo do zero. Janeiro, Fevereiro...Bah... Na verdade eu me apego ao ano que está acabando e sempre fico com aquela sensação de final de novela boa.
Mas como eu não sou a senhora Chronos, o negócio é, como diz a tia Martha, relaxar e gozar (eita, nem isso eu to podendo).
Já que eu me apego tanto ao ano velho, esse 2010 então nem se fala. Acho que foi um dos anos mais lindos e completos para mim. Sinto falta de alguns passados, como todos os anos da década de 80 (ai, que infância saudosa), 2001, 2002... anos bons, me trazem lembranças divinas. Mas em 2010 eu me tornei uma mulher com M maiúsculo, negrito e fonte corpo 100! Com M de mãe!
A minha retrospectiva começa mesmo um pouco antes da descoberta que mudaria minha vida. Vamos ver como foi que tudo começou.
(Ah, e eu posso voltar aqui e editar caso me lembre de algum detalhe extra)


Abril/2010 - Estou numa fase introspectiva, extremamente sensível. Sinto muito cansaço e durmo em qualquer canto. No auge da frustração, digo ao Flávio que diante de tanta coisa que não tinha conseguido até então (terminar a faculdade, casar vestida de noiva - com modelo já escolhido e tudo - , viajar e conhecer o mar), não ter filhos viria a coroar a minha fraqueza diante da vida. Eu me sinto uma perdedora. Sem desconfiar de nada, numa tarde de sábado onde meu humor alcançava o núcleo da Terra de tão pra baixo, eu digo ao maridex que não queria mais tentar um filho e que voltaria a tomar a pílula. Estava apenas esperando a monstruosa dar as caras para iniciar o ciclo de contraceptivos. A época era complicada financeiramente, não conseguia comprar nem um grampo de cabelo para mim, e pensava no que eu poderia oferecer a um filho naquele momento.
Sinto desejos de comer coisas que sempre odiei: mingau de aveia cozido e bem colento, sorvete de morango, salada de maionese. Embora tentasse emagrecer, eu via o ponteiro da balança avançando a cada dia. Mais cansaço. Peitolas grandes e doloridas. Como era praxe, nada do Sr. Chicão dar as caras. Eu ainda não desconfiava de nada.
Tenho ainda uma infecção de urina após uma década sem o problema. E ainda uma gripe de matar elefante, que me botou de cama em observação. Era como se meu corpo não tivesse defesa, já que eu jamais havia passado por uma gripe tão forte em toda a minha vida.

Maio/2010 - Dia 3, segunda-feira. Entre gráficos e relatórios, meus olhos pesam, ainda com o corpo moído pela gripe da semana anterior. Observei que meus seios estavam grandes, cheios de veias e doloridos. Numa ligeira busca no google, cruzei alguns sintomas e encontrei a resposta: gravidez. Não botei fé, não era a primeira vez que sentia aquilo. Deveria ser psicológico ou hormonal. Mas para ficar tranquila, pedi ao Flávio que comprasse o teste. Ele já desconfiado não quis esperar e me entregou a caixinha com o kit bem no meio do expediente, e me pediu que o fizesse ali mesmo. Esperei a vontade de fazer xixi e em instantes, o resultado. Na primeira fração de segundo, me lembro de ter sorrido, talvez em choque. Depois a tremedeira. Eram dois riscos, que deixava clara a situação: um positivo! Infelizmente, naquele momento, nem eu e nem o Flávio aceitamos a novidade. Eu chorei e desejei que fosse um equívoco. Pedi novo teste, com marca diferente. Desta vez, feito já em casa, na calada da noite. Em instantes, a tirinha se coloriu com os dois risquinhos. Era fato, eu estava realmente grávida!


Assustada, ainda estava longe de aceitar a notícia. Tinha bem lá no fundo a esperança de um falso positivo. Enquanto isso, amigas me encorajando e mostrando o quanto seria maravilhoso um filho em minha vida. Mas eu me mantinha inflexível na minha negação.
Dia 14, a primeira consulta médica e o veredito, agora oficial: grávida, grávidésima. Chorei por horas, dirigindo pela cidade e uivando ao volante. Sim, eu parecia uma doida chorando e lastimando. Feio, mas assumo que foi mesmo dessa forma. Foi a vez do Flávio se fortificar e me passar o apoio do qual eu tanto precisava. Era preciso afastar de mim todos aqueles pensamentos nefastos.
Dia 15, como num passe de mágica, acordo renovada e já aceitando a nova condição de mãe. Não era nada 100%, mas bem melhor do que antes e já fazia alguns planos tímidos. No mercado, já comecei a incluir no carrinho artigos para bebê.

Junho/2010 - Dia 07, o primeiro ultrassom, com TN, revela um amor que eu não sabia a dimensão: o amor de mãe.
A primeira imagem na tela me acelerou o coração e me fez sentir um orgulho imenso, em carregar aquele serzinho com menos de 6 cm e 12 gramas.
Eu estava com 12 semanas.
Muito cedo para saber o sexo, eu o chamaria de Buzuzú

Já com um certo orgulho do "barrigão" de 12 semanas

Dia 11, começa a bateria de exames e a luta para vencer o medo de agulhas e de hospitais. Esse terror me acompanhava desde a infância. Depois dos 6 anos de idade, nunca mais ninguém se atreveu a enfiar uma agulha em mim. Mas era preciso, pela saúde do bebê. Eu quase tive uma recaída por causa do medo, mas recebi muito apoio do Flávio e enfrentei. Talvez pelo stress ou mal preparo da enfermeira, mas o braço ficou com um hematoma muito feio:

A cor e a dor ficaram por dias como troféu pela coragem de enfrentar o maior medo que tinha na vida: agulhas
Dia 30, o ultrassom de 15 semanas e 6 dias  iria revelar finalmente quem era Buzuzú. Começa então a saga da escolha de um nome para ELE. Sim, todo mundo afirmava que eu aparentava carregar um menino, mas eu achava que não, que seria uma menina! Ledo engano, dessa vez, só dessa vez, a sabedoria popular acertou em cheio.

Julho/2010 - O nome do Buzuzú é definido: em meio a Enzo, Gabriel, João Pedro e Guilherme, Miguel foi o nome escolhido, mesmo sob alguns protestos. Miguel: "IGUAL A DEUS".
Dia 10, Miguel mexe na barriga e mamãe pela primeira vez pode sentir.
Metade do mês, de férias, posso começar a preparar o ninho que irá receber o filhote. Completamente apaixonada pelo rebento, procuro tudo do bom e do melhor que eu puder comprar.
Dia 27, novo ultrassom para confirmar o sexo. O anterior havia sido realizado no posto de saúde, e eu fiquei com medo de não estar correto.
Vejo então uma caveirinha linda, a face do Mimi!

A confirmação do sexo.

Uma caveirinha me olhando!

Agosto/2010 - Caio novamente, e dessa vez, começa com uma gripe e termina com depressão. Dia 23, segunda-feira, ao fazer o pré-natal de rotina, o médico constata um pico de pressão arterial, 16 x 10. Temendo problemas na gestação, solicita a minha internação e exames para constatar ou descartar uma pré-eclâmpsia. Eu estava com 23 semanas. Entro para o grupo de alto risco, sou afastada do trabalho.

Aqueles longos dias (seg, ter, qua) no hospital me deixaram mais pra baixo ainda
Afastada a hipótese de pré-eclâmpsia, tenho alta dois dias depois e passo a controlar a PA diariamente, além de tomar remédio e fazer repouso e dieta restritiva.

Setembro/2010 - Com vinte e tantas semanas de gestação, o mês rola sem grandes novidades, exceto duas: no dia 7, percebi que já produzia colostro. E também em setembro o Miguel pela primeira ve embolou na barriga, ficando o volume de um só lado.

Outubro/2010 - Mês do meu aniversário, mas os presentes eram todos do Miguel. Entrei na casa das 30 semanas, levei um tombo, mais um US, o quartinho finalmente fica pronto. Surgem sintomas como azia e dor nos países baixos. Estrias começas a arrebentar a pele da barriga. Meu aumento de peso desenfreado me leva a uma dieta radical. Mais exames de sangue e eu já encaro numa boa. Numa noite de domingo, dores na barriga me fazem pensar que estava em trabalho de parto - era uma diarréia absurda e doída feito o cão.
Começa a bater o clima de despedida do barrigão.
Out - Pela primeira vez, conheço um esboço do rosto do meu filho!








 

Novembro/2010 - As cobranças ficam cada vez mais insuportáveis. Todo mundo quer que o Miguel nasça a qualquer custo, como se eu fosse obrigada a parir só porque alcancei as 37 semanas de gestação. Alguns teimavam em dizer que estava passando da hora de nascer (grrrrrrrr).
A barriga muito grande desperta uma nova desconfiança, que foi confirmada com um teste de curva glicêmica: o diabetes gestacional. A dieta se torna mais restritiva e eu perco peso a cada semana. 
Detalhes finais para a chegada do Miguel são concluídos: entre eles a compra do bebê conforto e colocação de um adesivo no carro, advertindo a presença do meninão.
Ultrassom mostra rosto de Miguel e deixa mamãe e papai mais ansiosos.


Dezembro/2010 - Já com dificuldades para me locomover, inicio mesmo assim um programa de caminhada diário após constatar, às 38 semanas de gravidez, uma dilatação de 2 cm no colo do útero. Essa caminhada, indicada pela GO, ajudaria a acelerar a dilatação. Uma semana depois, com 39 semanas e 1 dia de gestação. 10 de dezembro de 2010. Miguel não quis mesmo sair de forma natural. E essa foi marcada como a data limite para o seu nascimento. Às 14:45 horas, por parto cesáreo, nasce meu menino querido, meu anjo de luz, tão querido, tão desejado, pelo qual lutei, por quem abri mão de muitas coisas e prazeres. Saudável, Apgar 9 e 10, nesse dia descobri finalmente "a tradução do que é o amor".

Mesmo com todos os problemas que tive durante boa parte da gravidez e no pós-parto, o medo e as dificuldades das noites sem dormir agora que ele nasceu, a felicidade é extrema e toda vez que me lembro da atitude negativa que tive ao saber da minha gravidez, sinto um remorso imenso e vergonha da falta de coragem pra lutar e ir até o fim. Mas eu venci tudo isso. Levei a gestação até o final. Lutei, encarei os problemas com força, determinação e certeza de que seria muito diferente essa vez.
Contrariando urubulinos de plantão que diziam que Miguel nasceria prematuro, que eu não daria conta, aqui estamos!
Na data desta publicação, Miguel está com 17 dias de vida, e a cada dia fica mais malandrinho, mais lindo e mais querido. Nesse momento passa por um pico de crescimento e mama o dia todo sem parar. O umbigo (outro motivo de desconfiança alheia quanto a minha capacidade) já caiu. Minha anemia ainda persiste, as dores continuam, embora mais espaçadas e menos intensas.
Mas agora tenho uma família de verdade, posso dizer que sim, sou uma mulher completa e muito feliz!
Desejo de coração que 2011 me traga muitas boas novas, para que eu possa ter prazer em entrar em outros novos anos e esperar deles tudo aquilo que eu nunca esperei antes.

Feliz 2011!!!
O sorriso da criança,
como o perfume da flor,
nos enchendo de esperança,
dá-nos paz, ternura e amor!

sábado, 25 de dezembro de 2010

Era uma vez...um umbigo!

Ah, prometo que hoje eu posto algo bem curtinho!
Ontem, fui trocar a fralda antes de sair e surpresa: o umbiguinho do Miguel saiu junto com a fraldinha!
Caiu! Eba!!!
Depois de 14 dias de vida, Mimi finalmente se tornou um hominho independente! Já não carrega mais o umbiguinho que o ligou à mamãe! Que orgulho do meu grandão! Hehehehehehe! Fiquei toda toda!
Papai também ficou maravilhado com o cotoco preto do qual Miguel se libertou! E com direito à fotos e tudo o mais!


E para concluir, Miguel com papai e mamãe, vestido para comemorar o Natal na casa da vó Lourdes...
 Feliz Natal!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Nana nenê, nenê num qué nanáááá...

...papai teve um surto, mamãe pôs-se a chorar...


Socoooorro! Alguém me ajude! Onde é o botão de ON/OFF de um bebê? Como é que a gente faz eles dormirem à noite?
Não peço muito não, somente que durma lá pelas 20, 21, até 23 horas eu aceito. Pode acordar de madrugada pra pedir tetê, mas que volte a dormir!

Gente, o Miguel tá botando papai e mamãe loucos de stress e cansaço! Esse menino NÃO DORME à noite! Ele se põe alerta com os olhos arregalados e vai adentrando a madrugada com a corda toda. Isso quando não começa a chorar e só colo (ou nem isso) o consola. O que será? Fralda xixada e cagada, não é. Fome também não. Ou é cólica, medo da cuca, ou manha das braba. Aí ele finalmente se cansa às 4 da matina e dorme. E a gente cai duro na cama. 
Se é final de semana, dá até pra suportar. Mas e de segunda a sexta, que o papai entra cedo no trampo? Eu tenho pena do Flávio, ele está exausto tanto quanto eu, judiação! Hoje mesmo, tínhamos um compromisso no banco (estamos financiando uma casa) e tínhamos que estar na agência entre 8 e 9:30. E por causa do baile da noite, perdemos a hora e levantamos às 10h00. Ou seja, a conta que eu iria abrir da CEF (tudo encaminhado ontem, hoje era apenas assinar) miou! Vou ter que começar da estaca zero e a moça vai comer meu pâncreas!
Mas voltando ao assunto: como fazer o menino dormir um pouco mais durante a noite? Existe alguma receitinha? Benzimento? Processo cintificamente comprovado? Seja lá o que for, estou aceitando! Miguel precisa dormir, mamys e papys também!
Me ajudem!

E antes que eu me esqueça:

FELIZ NATAL A TODOS QUE ESTIVERAM COMIGO NESTE ANO DE 2010!
MUITA PAZ, SAÚDE, FRALDA COM COCÔ E BEBEZINHOS FOFOS PRA APERTAR!
ÀS TENTANTES, QUE PAPAI DO CÉU ENVIE DE PRESENTE A CHANCE TÃO SONHADA!
BEIJOS DOCES!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Prazer, Mococa!

Chup, chup, chup, chup! 
Chup, chup, chuleeeep, chup!


Ouço esse som a todo instante. Há doze dias, deixei de ser a Adriana e virei uma tremenda vaca leiteira. Prazer, Mococa! Não sou uma pessoa. Sou uma teta ambulante. O Miguel me olha e já faz biquinho (que antes eu chamava de "biquinho de bizolo) pra abocanhar o tetê dele. Se acho ruim? Não, claro que não. Apesar da dor que muitas vezes me faz urrar e chorar, não acho ruim. É um momento único. Claro, não acho muita graça durante a madrugada, mas... faz parte. E depois me perguntam: "Você tá amamentando esse menino?" 
Affãooooo! Que pergunta!
Basta olhar pra mim, tô só o pó da rabiola, ficando seca feito um bacalhau de má qualidade, ahahahahaha! De tanto que o Miguel me chupa!

Bão, mudando de assunto dentro do assunto, o olhinho do Miguel hoje amanheceu lindamente limpo! O colírio tem feito milagre, e eu vou continuar pingando pelo menos até amanhã pra não dar resistência à bactéria que ali se alojou. 

E quanto a mim... bom... a história do pós é um caso à parte, e vamos dividir o assunto em subcategorias:
  1. Corte da cirurgia: ainda dói, mas consigo andar ereta sem que ele repuxe. Exige cuidados, mas numa escala de 0 a 10, ele está 7.
  2. O avental A barriga continua com uns trechos de pele amortecida. Li em algum lugar que isso pode levar anos para estabilizar, pois durante a cirurgia cortam-se feixes de nervos (?) no local...
  3. As picadas de ráqui numa escala de 0 a 10 estão 9, mas as costas dóem talvez por mal posicionamento.
  4. Ontem surgiu uma nova dor: muscular, por trás das saboneteiras (laterais do pescoço).
  5. A dor de cabeça costuma surgir à noite ou após longos períodos sem beber água e em movimento. 
  6. Fraqueza persiste, e com ela um corpo dolorido, uma fadiga terrível. Atribuo à anemia e à falta de uma boa noite de sono.
  7. Apesar de tudo, somando todos os scores, eu daria a meu corpo hoje a nota de 6,5. Não está bom, mas em comparação com a semana passada, acho que dá pra ver a luz no fim do túnel. Já não penso que vou morrer.
Bom, então é isso... deixa eu ir embora que tem gente fazendo biquinho aqui. Muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A primeira consulta no pediatra

Hoje, a consulta do Mimi aconteceu. Não bem foi do jeito que eu sonhava, mas tá valendo.
A má notícia é que Miguelito acordou à duas da matina e não dormiu mais. Pudera... um dos olhinhos está fechadinho de tanta secreção. Eu quase pirei, pensei que era uma conjuntivite e xinguei mais ainda a pediatra que não foi ontem, fazendo com que meu pitoco ficasse exposto às mais variadas doenças no postinho de saúde. Creio piamente que esse olhinho ruim foi obra do ar contaminado do local. Não é por nada não, mas posto de saúde é lugar de doença. Ninguém vai lá para passear, e sim porque não está bem. É um desfile de gripes, viroses, pneumonias, caxumbas, sarampos e tananã...
Pois bem...
O tal Dr. Armando não tá armando mais nada, de tão véio o coitado... como profissional, não é dos melhores não, e eu não gostei do trato dele comigo. Odeio pessoas que não me deixam falar, que não esperam eu concluir uma frase, que contestam minhas preocupações. Sei lá, eu o achei meio tacanho pra certas coisas. Mas vamos aos resultados da consulta. Pra não dizer que não relou no menino, tocou a moleira e os olhos dele e fim.
  • Miguel engordou, de quinta-feira para hoje (5 dias) nada mais nada menos que 290 gramas, e cresceu 2 cm desde o nascimento. Na verdade, o ganho total de peso nesses 11 dias foi de 530 gramas!
  • O olhinho não está com conjuntivite, é uma inflamaçãozinha "comum" em crianças tão novas, e que deverá sarar com o colírio que ele receitou.
  • Faço bem em dar o peito, principalmente em livre demanda. Continuar assim até os 6 meses se possível.
  • Espirros, soluços são normais.
  • A descamaçãozinha na pele do meu calanguinho também é normal, ele está trocando a pele por uma menos, digamos, anfíbia e mais terrestre.
  • Golfar após mamada é normal desde que seja pequena quantidade e não afete o ganho de peso. Caso contrário seria refluxo.
  • O umbigo tá lindamente sequinho e prestes a cair. Mamys cuidou bem (viu só como eu posso?)
  • Posso comer de tudo, não deverá afetar o leite, com ressalva à pimenta e álcool.
  • Agora o pior: ele me proibiu de pintar o cabelo ou fazer luzes com touca. Ahhh, meu, que foda! Eu aqui parecendo uma zebra com essa cabeleira medonha, to a própria mulher do capiroto! Esse lance de cabelo é bem dividido entre os médicos. Minha irmã mesmo, durante a gestação e amamentação, jamais deixou de cuidar das madeixas e isso, com aval do médico. E as atrizes, fazem como pra manter tudo em dia? Agora eu fico dividida, não sei o que eu faço. 
Meninas, alguém aqui passou pelo mesmo ou o médico liberou?

Bom, é isso. Vou aproveitar que o menino tá dormindo um soninho bom e me deitar, que a cabecinha tá doendo um tico!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Uma puta pediatra

Final de semana passou sem grandes novidades. No domingo, me senti um tanto melhor, até fui ao mercado. Deixei o Miguel com a avó, mas fui às compras morrendo de remorso pelo "abandono". Quase chorei ao retomá-lo em meus braços. Poxa, que saudadona do meu popopóco!

Hoje minha maratona começou bem cedo. Às 5:30, Miguelito acordou com a tocha acesa, pedindo tetão. E lá vou eu, toda solícita, alimentar o filhote. Às 6:30 eu precisava estar pronta para sair, consulta às 7:00.
Hoje a GO estava uma cruza de cavala, égua e Maguila. A bicha tava dando coice até no ar. Mal amada. Bem que tem fama... Disse que minha anemia é normal (aham, uma praga minha jogada no lombo dela seria normal também) e que era esperado que eu tivesse (aham, sei). E que pra isso eu estava tomando o Damater. Continuasse tomando e pronto. Arre égua! Literalmente!
Resumo da ópera, olhou minha barriga, que mais parece um avental de massa de pão de tão muxiba, e mandou que eu tirasse os pontos. Bom, pelo menos isso. Já estou livre da costura. E para minha anemia, não receitou nada. Fiquei tão assim com cara de cueca suja, que nem fiz aquele monte de perguntas que eu tanto ensaiei. Quero saber quando posso voltar a dirigir, sobre meus cabelos, que eu queria tanto dar um trato... mas eu fiquei foi querendo... devo retornar ainda no final do meu resguardo, em janeiro.
Daí, saindo do ambulatório, fui a um PAS marcar a primeira consulta do Miguel. Enquanto a UNIMED dele não sai, preciso me garantir pelo SUS mesmo. Mas que decepção. Consulta marcada para as 14:00 com uma pediatra, tal de Drª Ana Paula. Caderninho de anotações cheinho de dúvidas, a expectativa de um profissional olhando meu pequeno e me dizendo: "Está tudo bem com ele, mãe".
Pois chego ao postinho de saúde na hora certa. Um calor dos diabos, esse menino suando e pedindo tetão no meio do povo. A um certo momento, a minha barriga começou a doer, junto com a cabeça. O tempo foi passando, até que DUAS horas depois, chega uma atendente do postinho com aquela cara de cachorro que levou chute, pedindo mil desculpas, mas "a pediatra mandou avisar que não vem hoje".
Que puta pediatra, que pediatra puta! Esperar tudo isso pra avisar que não vai atender? Quem ela pensa que é? Taqueospariu! Na piooooor das hipóteses, fala logo de cara que não vai rolar, aí a gente chega lá e já vira nos pés. Mas não. Amargando horas sentada naquelas cadeiras de "prásqui" duras feito piroca de tarado, com sede, calor, no meu caso dor, os bebês recém nascidos, é uma judieira sem tamanho!
Não quero ser injusta generalizando, porque mesmo no SUS existem profissionais de primeira linha, humanos e que respeitam o próximo. Mas dá pra contar nos dedos. Toda vez que precisei ir a essa policlínica, sempre tive uma decepção. Ou uma palavra meio atravessada, cara feia, ou atrasos. Até então eu aguentei. Mas com o filho da gente, não dá mesmo...Remarquei para amanhã, às 12:30, com um tal de Dr. Armando, que "além de ser bom médico, não atrasa". É, vamo vê esse tróço aí se funciona mesmo.
Blééééérrr!
Enquanto o plano de saúde do Mimi não sai, o jeito é se sujeitar...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A primeira semana

Hoje Miguel completa uma semana de vida. Passou voando, pra ser honesta. Gostaria de ter aproveitado mais todo esse tempo, mas não foi bem assim.
Miguel está super bem, tem muita paciência em aturar esses pais de primeira viagem. Estamos bem atrapalhados, mas tudo está dando certo.
O problema sou eu. Não estou nada bem. Passei parte da manhã e a tarde de quarta-feira no centro cirúrgico da Santa Casa onde dei à luz Miguel.
Já no dia seguinte ao parto, comecei a sentir fortes dores de cabeça. No domingo, foi exatamente igual. E nenhum remédio me aliviava do martírio. É uma dor que te deixa meio pirado, eu
tinha vontade de rachar meu coco com um machado. Meu pescoço enrijecia nas crises, sem falar claro, nas dores da cirurgia e nos vários furos da anestesia (anestesista fdp). 
Na segunda, comecei a me sentir fraca. Tremia muito. E a dor, claro, ali sempre presente. Eu levantava a cabeça do travesseiro e chorava. 
Para piorar a situação, Miguel trocou a noite pelo dia. Passou a noite INTEIRA acordado, querendo colo e tetão. Nada de dormir... e eu com a dor, chorando. Meus seios racharam os dois. Tá saindo pedacinhos de pele morta, um horror. Na terça-feira, passei muito mal também e tudo se repetiu durante a noite. Na quarta, eu sozinha em casa (meu marido não está comigo), as dores continuavam e eu comecei a sentir náuseas, calafrios e tremores. Liguei para o Flávio me socorrer. Olha, pra eu pedir socorro, preciso mesmo estar com um pé na cova. Eu realmente estava péssima.
Esperei ele chegar, tomei um banho e rumamos para a Santa Casa. 
Fui encaminhada para o Centro Cirúrgico, para passar pela avaliação de um anestesista.
Fui colocada em uma saleta cheia de biombos, e neles, pessoas tomando soro, gemendo, roncando, colocadas em respiradores e monitores. Eu estava ali sozinha, morrendo de medo, enquanto o Flávio segurava a onda do lado de fora, com o Miguelzinho no colo.
Não sei ao certo quanto tempo fiquei ali. Só sei que chamei uma enfermeira e reclamei, dizendo que meu bebê de dias estava ali me esperando sem mamar. Então, minha maca foi levada a outro local, mais calmo, pela pintura das paredes, me pareceu uma ala pediátrica do CC . Me puseram soro com medicamentos. Na verdade, tomei vários litros, com reguladores de pressão arterial (a minha estava bem alta - 14 x 10), antitérmicos, antiinflamatórios, dramin, dipirona, algo para o estômago, e uma pá de nomes que nem consigo me lembrar.
Devido à minha coloração nada "simpática", resolveram colher meu sangue para um exame rápido.
Diagnosticaram anemia. Estou com o nível de eritrócitos abaixo da metade considerada normal. O clínico sugeriu que eu iniciasse uma alimentação de combate, rica em ferro. Me pediu que marcasse consulta com a minha GO para que ela me receitasse medicamentos apropriados (ele não o fez por motivos éticos) e pediu urgência, para não agravar o quadro, já que perdi sangue no parto, no pós e também perco nutrientes amamentando.
Quanto à dor de cabeça medonha, o quadro é de CEFALÉIA PÓS-RÁQUI. 

E o que é isso?
A cefaléia pós raqui, ou pós raquianestesia é uma cefaléia por hipotensão liquórica, ou seja, por baixa da pressão interna do cranio, a pressão intracraniana.
A dor de cabeça após uma anestesia raqui tem características bem definidas. A cefaleia pós raqui tem uma diferença crucial com outros tipos de dor de cabeça, a pessoa ao se deitar melhora significativamente da dor, e ao se levantar, ficando sentada ou de pé passa a ter dor novamente.  
Quando é feita a raquianestesia, uma agulha é inserida no espaço interno a meninge, e este pequeno pertuito, ou furo, faz com que o sistema nervoso que é fechado e mantém uma pressão equilibrada entre os seus diversos pontos, independente da posição do indivíduo, sentada ou deitada, passe então a ter um diferença importante da pressão intracraniana na cabeça comparada com a lombar, onde é feita a punção. Daí acontece o vazamento do líquor, causando as dores.
O tratamento da cefaleia pós raqui consiste no repouso em posição deitada, hidratação vigorosa, uso de remédios antiinflamatórios, corticóides, cafeína e por último, caso o tratamento clínico não de certo utiliza-se o blood patch.
Blood patch é um procedimento que visa cicatrizar este furo que ocorreu após a raquianestesia, pois infiltra-se o sangue do próprio paciente no espaço epidural.

Não estou conseguindo fazer o repouso de maneira correta, pois sozinha, preciso cuidar do Miguel e de mim. Ainda corro o risco de precisar passar pelo processo de Blood Patch. Deus me livre disso!!!! Vão ter que encontrar entre todos os furos que levei na coluna, o furo por onde a anestesia foi injetada. É muito sofrimento! 

Mas falando de algo bom...

Ontem, levamos nosso filhote para fazer o teste do pezinho e tomar a primeira dose da BCG. Gente, ele não chorou! No pezinho, reclamou mas logo caiu no sono! E na hora da vacina, a enfermeira dizia: segura com força, essa vacina precisa ser perfeita e lalala... O Miguel até fez um barulhinho, um míni-protesto, mas logo se acalmou. Não deu trabalho, nem ficou manhoso. É um amor esse menino! Daí à noite, o Miguel foi dormir tarde, depois do seriado "O que querem as mulheres" da Rede Globo. Chuto aí por volta de meia noite e lá vai cacetada. Mas pelo menos dormiu o resto da noite e deixou a gente descansar um pouco.
Hoje acordou com muita fome, mamou as duas peitchas da mãe, ficou mais de uma hora só chupando, chupando...
Está agora dormindo no meu colo, fiz uma rede com meu vestido e ele está bem aconchegado. Adooooooro!!!!!
Ontem à noite, ligadão!
Uma semaninha de vida... Olhão aberto e beicinho de "bizolo".
Fazendo cara de bad!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Relato finalizado + A hora do vamo vê

Chegando em casa, a coisa sempre aperta. Quando se percebem sozinhos, mãe e pai entendem finalmente o peso da responsa.
Com a gente não foi diferente. Ainda no domingo, consegui fazer com que Miguel mamasse nos dois peitos, agora com leite. Dormiu por muito tempo e permitiu que eu conseguisse fazer o mesmo - só que sentada - já que não respirava deitada.
Comer, tomar banho, é agora artigo de luxo. O problema maior é que estou tendo muitos problemas com o pós parto. Meus pontos embora sequinhos, dóem muito. Minhas costas, talvez pelos furos extras da raquianestesia, estão doloridas. E também devido à reação da anestesia, estou com uma cefaléia daquelas. A dor só passa deitada (começou a passar hoje, porque só agora consigo deitar um pouco mais). Sempre que me posiciono para amamentar, a cabeça ameaça explodir. E não consigo conversar direito. Por isso, estou preferindo não receber ninguém no momento. Na verdade, precisaria me internar novamente por umas horas e tomar um soro, mas não posso nem pensar em ficar enfiada novamente naquele hospital. Seria um transtorno para o Miguel, para mim também. Deixa pra lá!
Miguel voltou a ser aquele garoto calmo do início. Mama bastante e dorme gostoso. Mas tem um problema: tem preferência pelo seio esquerdo, largando o direito às traças. Como tenho bastante leite, estou tendo que ordenhar várias vezes ao dia, para não empedrar. 
Tornozelos. O que é isso? Eu nem sei mais onde ficam os meus. Estou muito inchada, de verdade. E nessa madrugada, acordei achando que iria morrer: dores irradiavam das minhas costas em direção ao abdomem e pareciam sair pelo umbigo. Coisa estranha. Procurei na net, ao que tudo indica são contrações do útero querendo voltar ao seu estado normal. 
4 dias - mimindo depois do banho
Aliás, de tudo o que li, estou mesmo é pra lá de Marraquesh! Dores, cefaléia, inchaço, nervosismo, choro fácil e beirando uma psicose. Só tem uma coisa que faz com que me sinta melhor: olhar meu filho. Ele tira toda a dor e me faz compreender que a vida vale a pena. 

Tá lascando a biela esse tempo de chuva, minha casa está o caos completo, as roupas não secam e fedem à morrinha. Para piorar a situação, estou SOZINHA. 
Meu marido, coitado, nem conseguiu ficar os dias da licença comigo. Por minha vez, eu também me ferro com isso. Tudo está abandonado por aqui. Mais um motivo para eu não querer e não poder receber ninguém agora. Chuva, bagunça, dor, ah, não rola.

Quinta-feira é dia de fazer o teste do pezinho (ai que dó) e tomar a BCG. No hospital mesmo, fizeram o teste do olhinho e deram a primeira dose de vacina contra a hepatite.
Ah, e claro! Como poderia me esquecer! Miguelzinho é um cidadão, já está registrado! Seu nome: Miguel Minzon Bandeira! Muito prazer! Bem vindo ao mundo de doidos!

Por hoje é só. Está tudo bem sintetizado. Claro, perifericamente rolou muita coisa, como jato de cocô dentro da banheira, o "sumiço" da Pipoletta, a geladeira vazia sem previsão de ficar cheia (pura falta de tempo)... enfim, tudo irá se acertar com o tempo!
E ah, vou ainda tentar tirar as fotos das picadas de ráqui (provando que tomei mesmo, ó azar), dos pés inchados, mais do Miguel... tem tanta coisa... Devagar eu chego lá!

Relato de parto - Editado e finalizado

Olá, pessoal! Esse tópico vai dar conta de narrar o meu parto. Vou demorar um pouco até a conclusão, porque além de detalhes, eu irei demorar porque sinto muitas dores de cabeça e escrever é muito penoso para mim... então, peço paciência até que tudo esteja devidamente postado aqui...

Desde a sexta-feira dia 03 eu sabia que a data limite para conhecer o Miguel seria dia 10, a sexta seguinte. Ele realmente não quis saber de vir ao mundo antes disso. E assim foi.
Dia 9, eu até postei aqui no blog uma carta de boas vindas. Estava emocionada, com saudade da barriga e muito ansiosa!
Não dormi a noite toda aguardando o sol que anunciaria o grande dia. Me levantei da cama, tomei aquele banho de tirar urucubaca, juntei as malas no carro. Eu e papai Flávio disputando quem estava mais ansioso. Dentro do carro, ameacei um desmaiozinho. Já passava mal só em pensar no que viria depois.
Esperamos o momento da consulta com a GO. Eu dilatei muito pouco, estava entre 2,5 e 3 cm de dilatação. Então a médica me deu ordem de internação e solicitou à obstetra plantonista que também estudasse as possibilidades de parto para mim. 
Fui internada ao meio dia. A médica plantonista Drª Melissa (um amor de pessoa, gravidinha de 34 semanas) resolveu que eu seria submetida a um PC (parto cesáreo) devido à minha altura uterina - 41 cm. O grande evento foi marcado para as 14:30.
Fui para meu quarto - o 326 B (bem em frente ao que fiquei ha alguns meses atrás, quando dei bafão na maternidade) e me instalei. Mandei o Flávio para casa, almoçar, postar as novidades por aqui e ajeitei tudo no armário. 
Uma enfermeira chegou já me chamando para o preparo. Me deu um gelo na espinha e bateu o desespero! Eu estava sozinha lá! Por Deus! Dei uma enrolada nela, disse que tomariaum banho e então, com ajuda da cunhada Gorete, chamamos o papai de volta. Enquanto isso, fui para o chuveiro e embaixo da água, invoquei proteção de tudo quanto era santo parteiro que eu conhecia. Botei meu vestido, pantufa (nhoinnn) e com a enfermeira, fui para o CC. Que medo. Entrei numa saleta preparatória, onde me entregaram a temida camisola com a busanfa pra fora, acabei metendo um nó cego na amarração.
Removeram meus brincos, me botaram touca e pantufas. Na punção da veia, eu quase desmaiei, pra variar...
Fui andando pra sala de parto. A mesa onde me botaram era muito estreita, tive medo de cair de lá e rolar pelos aparelhos. Monitor de pressão, batimentos cardíacos e oxigenação, tudo ali sendo colocado em mim. Para disfarçar todo o pavor, comecei a brincar e falar muito, folguei em todas as enfermeiras... Não me lembro bem, acho que foi por conta do soro que não gotejava, fiquei muito nervosa, senti que estava mais uma vez desfalecendo. Só me lembro de dizer com uma voz empastada: "Vou desmaiar..." Eu estava sentada, mas quando acordei estava deitada e todo mundo ali me rodeando. Foi a vez das enfermeiras ficarem me zoando, foram muito gente boa comigo... 
Nada do papai chegar... medooo...


Chegou o anestesista. Véio caquético. Fiadapiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Eu lá naquela posição de desânimo, enquanto ele passava algo muito gelado em minha coluna. Punf. Uma picada com tranco. Que dooooor! E ele reclama que não deu. Punffff! Outra picada! Ele esconjura!
Punf! Não deu! Punf! Pede outra agulha, disse que não acha o local. Punf, Punf, eu quase mando o lazarento tomar no olho do brioco dele... mas sem forças, choro e gemo... punf! O maldito comemora na sétima picada que achou o caminho da roça! Aquilo repuxava por dentro, uma dor inexplicável. Pronto, agora deita rapidão, disseram.
Logo minhas pernas pesaram toneladas e eu não sentia mais nada. Fizeram os testes. Colocaram os campos, a sonda, me limparam, e eu ali sozinha. E cadê o Flávio??? Aiiinnnnn! 
Senti que mexiam e remexiam na minha barriga. Meus olhos procuraram apoio e nisso, encontraram com outros dois olhos assustados escondidos atrás de uma touca amarela e uma máscara. Era ele. Quase caindo duro, porque quando adentrou a sala, eu já estava ali toda aberta...
Ele passou a mão no meu rosto e eu desmontei. Já chorava. Foi aí que anunciaram, Miguel chegava deste lado do mundo. Mas nada de chorar! Silêncio... Ai, o que é isso? 
Então Flávio soluça, e olho pro lado... meu menino! Gente, ele estava ali, fazendo bolinha com o líquido aminiótico. Era meu filho! MEU FILHOOOOOO! 
Papai e mamãe chorando. Logo levaram Miguel para limpar e examinar. Meu menino veio dormindo, pura preguiça. Mas teve notas de APGAR 9, 10 e 10. Muito forte! Lindo mesmo!


Papai saiu da sala em seguida e ficaram ali me costurando. Me lembro que estava muito atordoada. Achava que o zunido do bisturi elétrico era do monitor cardíaco e que eu estava morrendo...piiiiiiiiiiiiiiiiiii! Só podia ser isso, estava mortinha da silva e no paraíso.
Ainda mais quando após costurada, a leitoa aqui foi preparada para passar para a maca. Só vi uma perna lá em cima. Ops, reconheci meu pé com francesinha nas unhas. 
Antes, levei uma apertada na barriga (acho que pra acomodar as tripas). Nesse momento, escutei um Vruuuummmm... e a obstetra disse: "Ops!" 
Cara, tu nem imagina, era um punzão. Punzão não, era um peidão memo, eu fiquei muito envergonhada, a médica riu e disse que o apertão dava nisso mesmo, super normal.
Que sensação medonha! Você fica muito frágil, podem te revirar do avesso e não há nada que você possa fazer para se defender... nada!


Fui rolada para a maca e só pedia: "cubram minha pitchaca"! Cubram minha pitchaca! Não quero passar no corredor com a pitchaca de fora"! Hahahahahah, as enfermeiras riam da minha preocupação. Eu só pensava na pitchaca! E então pela primeira vez, deram um embrulho todo durinho para eu carregar. Eli, deitada, toda formigando, saí desfilando de maca e filho pelo corredor da maternidade. Até então, tudo ainda era novidade...
Fui para o quarto.

...continua depois... 

EDIÇÃO 01 - 
Não demorou muito, recebemos as primeiras visitas: vó Lourdes, vó Maria, tia Gorete, tia Silvana. Eu me sentia até que bem, falava um tanto enrolado, meu corpo formigava, o nariz coçava. E parecia que tinha anestesia no cérebro, tava no maior barato, Ypiroca nenhuma faria igual. Eu tava me sentindo a fodona, a Highlander. Afinal, logo eu, a mais medrosa das criaturas, havia passado por um parto! Então olhava para o lado e via aquele cotoquinho de gente. O Miguel saiu para o banho, voltou todo lindo em um conjunto listrado verde, mas eu mal conseguia ver seu rosto. Tudo o que via era através de fotos. 


Todo mundo pegava ele no colo e eu morria de ciúmes, orgulho, alegria, tudo junto e misturado. Uma coisa era certa: a gente havia mesmo caprichado na produção. Mais tarde eu iria constatar, era o maior bebê da ala! Eu pirei. Tanto que as horas foram passando e eu simplesmente não dormi a noite todinha. 
Às 3 da madrugada, vieram as enfermeiras para me tirar da cama. Era o momento do banho. E eu achando que seria fácil. Meu Deus! Que dor horrível! Tentei levantar, ali, quase pelada e naquela situação sangrenta (nem vou detalhar, todas aqui sabem ou saberão o que eu digo), mas eu não consegui. Minha condição de fodona acabou ali, junto com minha dignidade. Eu não podia andar. Providenciaram uma cadeira de banho. Mas minha bunda de jamanta simplesmente não encaixou ali. E eu urrava. Voltei para a beirada da cama, sendo abanada e falando com voz de bêbada  - vou desmaiar. Afinal, frase essa que se tornou comum para mim naqueles instantes. Só sabia dizer isso e mais nada.
Em seguida, apareceram com uma outra cadeira de banho, melhor, um SOFÁ de banho, imenso, acho que era justamente para pessoas ancudas feito eu. Encaixei e fui para o banheiro, levada ali. Me deram um banho de chuveirinho. Eu me sentia um fusquinha no lava-car. Pshhhhhh, lava por baixo, por cima, pshhhhhhh, sabão, pshhhhh... que situação, gente! E logo eu que não queria exibir a tal pitchaca, essa até o papa deve ter visto! 
Voltei para o quarto toda lavada, menos a alma. Meu cabelo parecia uma carapinha, cheio de nó. O Urso do Cabelo Duro estaria mais sensual que eu. E a dor, ai, essa foi de lascar o cano! Muita gente narrou que o parto foi tranquilo (realmente, o meu também foi), mas quando a anestesia passou, o meu corpo arregou!
Fui fechar os olhos às 6:30 da matina, no sábado, e às 7, apenas meia hora depois, eu estava novamente na ativa. Então a coisa continuou. A enfermeira passou para pagar o Miguel pro banho, e a moleza aqui não conseguiu levantar. Estava sozinha, comecei a chorar feito criança. Me sentindo a pior das criaturas, a pior das mães, vendo meu filho sendo levado dali sozinho. Logo o Flávio chegou, me ajudou a ir ao banheiro. Fiz xixi em pé, não conseguia me curvar para sentar feito gente normal.
O tempo passando, vários sorinhos sendo colocados na veia puncionada antes do parto. O sangue retornava pelas cânulas, minha mão havia inchado muito e eu protestava a cada troca de medicamento. Minha barriga estava tão grande quanto antes do parto. E tudo porque eu não havia calado a boca um momento sequer. Aerofagia. Vulgo - falou, comeu ar e encheu a pança de pum. Me sentia um balão prestes a explodir. A coisa piorou com medicamento para gases e laxantes. Mas a situação era pior! Eu precisava soltar tudo aquilo, porém em quarto coletivo na frente de marido alheio... ah, aí é pedir muito! Eu, a mais lady das mulheres, peidando na frente de estranhos? Minha mãe mais tarde veio falando: "os incomodados que se retirem". Mas não é assim, não mesmo. Não rola. E eu não conseguia andar, as coisas foram piorando. Tanto que em determinado momento, eu não conseguia mais ficar deitada, apenas recostada naquela cama quente, com colchão forrado de plástico. Deitada eu não conseguia respirar e não tinha como permanecer, eu sufocava e entrava em pânico.
Não foi nada fácil. 
Meu soro foi removido, mesmo porque o inchaço da minha mão já não permitia que o medicamento entrasse em minha veia. A pior coisa, além de tudo, foi ouvir uma série de faz isso e faz aquilo. Todo mundo querendo opinar. Minha mãe mesmo, acho que me olhava e via um galão de leite. Só sabia mandar eu botar o menino pra mamar. Saco! A mãe sou eu. E claro, o Miguel também ficava bravo e não pegava o seio. Tudo ficou bem quando a platéia foi embora. Finalmente, mãe e filho conseguiram se entender e eu pude alimentar decentemente meu bebê. Acho que as visitas deveriam ser sumariamente proibidas. Acabam com a interação mãe-filho, é impressionante! Irritam a mãe, afloram toda a insegurança, tira a privacidade. É um caos!
É noite de sábado. Hora do banho. O santo Flávio das mães paridas estava lá para ajudar. Eu já estava fraca por causa do efeito do laxante (se é que me entendem). E o Flávio caiu na bobagem de comentar sobre o meu corte na barriga. Senti faltar o chão. Meus joelhos perderam a firmeza e me pendurei nele, não enxergava nada e ouvia um zunido. E pela quadragésima vez, eu ia desmaiar. Aquilo havia virado novela. Banho tomado com muito custo, pedi pra ele ficar no quarto comigo, burlando a segurança, se escondendo atrás do armário - não era permitida a estadia de acompanhantes homens no quarto. A colega do leito ao lado estava sendo operada e eu aproveitei a brecha. O papai ficou ali até uma da matina, mas chovia muito naquela noite. Flávio precisava voltar pra casa. Temos um ralo entupido no quintal, aquela altura a água deveria estar entrando na cozinha. E o coitado se foi para a nova jornada. Fiquei sozinha e sentada, adormeci. 
Quando pensei que tinha vencido as dificuldades e dormido a noite inteira, despertei com um chorinho - nesse ponto o Miguel resolve mostrar que tem pulmões de tenor. Às 2:49 do domingo, ele iniciou um berreiro que não cessaria por nada nas próximas horas. Sozinha no quarto, sem ter como alcançar a campainha que me salvaria, juntei todas as minhas forças para me levantar. Aquela dor que me rasgava n'alma, o meu filho precisando de mim. Tive que escolher, ou eu ou ele. Reuni cada energia do meu corpo e num impulso, pulei daquela cama. A adrenalina do momento me fez esquecer tudo e em segundos estava com meu filho no colo, amamentando. Melhor, colostrando. Ainda não tinha o leite propriamente dito. Mas ele não parava o choro. Troquei a fralda, nada. Procurei enfermeiras, mas elas diziam que Miguel tinha era fome. Eu protestava, mas nada se resolvia. Ele ganhou massagem, banho, mais  tetê. Nada. Ele chorava, chorava. Eu pedi a Deus que aquilo acabasse logo e ele adormecesse, mas nada feito. Às 6 horas, Flávio chegou e eu fiquei mais calma. Pude tomar um banho, porque durante o tempo em que fiquei com Mimi, eu não pude mais me sentar e todo o lóquio começou a descer pelas pernas. Lembro-me de ter colocado o bebê no moisés e corrido para o banheiro com uma calcinha limpa e absorvente novo nas mãos. A usada foi direto pro lixo. 
Não demorou muito, o pediatra passou por lá, examinando minuciosamente cada milímetro do Miguel. Levou várias cagadas de protesto. Então diagnosticou: seu filho tem nada com nada. Está apenas se ligando na idéia de que nasceu! E me entregou uma receita médica, deu dicas e orientou sobre procedimentos. Miguel estava de alta. Restava eu receber a minha para sair de lá. Coloquei uma roupa de gente (estava andando de camisola, dura feito um zumbi do clipe Triller há dias), passei um lápis no olho, pó nas olheiras e esperei. 
Lá pelas nove, o obstetra plantonista passou por mim e nem me cumprimentou. Foi embora. Pronto - pensei. - Não vou poder ir embora hoje! Mas o que eu não sabia é que eu sou vip, benhê, e como sou uma paciente GESTAR, sou atendida por médicos de lá. Então apareceu a Doutora Mirce, que me acompanhou todo esse tempo (apenas não fez o parto) e me examinou. Recebi alta. 
Malas prontas, momento de despedida. A moça que estava no leito ao lado foi colocada no banho - ela se saiu muito bem! Apenas eu, a molóide, que dei trabalho feito criança!
Alegre e emocionada, saí da maternidade com Miguel nos braços e um papelzinho da alta. O Flávio foi com as malas a tiracolo. Esperei na portaria da Santa Casa, papai chegou com o carro bem em frente, colocou nosso menino no bebê conforto, tudo certinho e eu entrei no carro. O trajeto foi longo e dolorido, sentia tudo balançando dentro de mim feito um shake!
Era o primeiro passeio de carro do Miguel, minha primeira vez na rua como mãe, e o adesivo "Miguelito a Buerdo" agora fazia todo sentido!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Recebi alta

Estamos em casa, que emoção... acabei de dar um mamá duplo pro Miguel e agora ele tá dormindo aqui no carrinho. Volto outra hora pra contar meu relato de parto (pra variar, a coisa aqui deu um grosope básico). Tirando a exaustão e as dores.... estamos bem!!!

Segue umas fotos novas tiradas hoje!
Com mamãe, Mara e princesa Sofia

Com dois dias, na hora da alta hospitalar...

Já em casa, após aquela mamada esperta.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Chegou! (postado pelo papai)

Gente, chegou! Finalmente o Miguel chegou!
Exatamente às 14:45h, medindo 49 cm e pesando 3.445 kg, hoje finalmente o Miguelito deu as caras. E que cara linda! Graças a Deus puxou à mãe.

Tudo correu muito, muito bem no parto. A Dri foi super bem, e o Miguel é uma criança extremamente calma. Chorou praticamente 3 vezes: quando saiu da barriga (dãã, ainda bem não?), uma vez para mamar (já sabe diretinho o caminho e como fazer!) e uma outra na hora do banho (essa a Dri falou que provou que é filho meu, chorar pra tomar banho...kkk)
Olha, a sensação é indescritível. Não há como falar, na hora é só sentir. Tudo que você conhece, que acha que sabe, que acha que já sentiu, vai por água abaixo. O seu chão cai, mas você voa.
Agradeço a Deus, de verdade. Às vezes sinto que não merecia tanto. Há 04 anos perdi meu pai, a maior tristeza que já senti. Hoje ganhei um filho. A maior alegria que já senti!
Obrigado Senhor! Obrigado Adriana! Obrigado Miguel!

Mais algumas pra matar curiosidade geral (hehehe...)


É HOJE! (postado pelo papai)

Sim, é hoje, e daqui a pouquinho! A Dri está internada desde às 12:00h, e o parto está marcado para às 14:30h. Será cesárea mesmo, o últero está com 41cm de altura, então sem chance do Miguelão passar por "baixo". A médica até brincou que a cabeça passa, mas os ombros.... A cesárea é mais segura neste caso e também vai evitar o sofrimento da mamãe e do bebê.
Bom, além de não levar muito jeito para "bloggar", eu também estou na correria. Só voltei pra casa pegar umas coisinhas que faltavam, comer alguma coisa, e já estou voando de volta para o hospital. Se não postasse aqui as novidades, a Dri aproveitava o bisturi da cirurgia e me abria junto com ela!
É isso. Agradeço a todas a visitas, e o carinho. Rezem por nós!

Ps.: À noite prometo postar as primeiras fotos do nosso amado Miguel!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Carta a Miguel


Jaú, 09 de Dezembro de 2.010

Hoje, Miguel, é a última noite em que você repousa dentro de mim, meu filho amado. Amanhã a gente tem um encontro marcado, eu, você e papai. Uma nova fase irá começar. E nos conheceremos cara a cara, frente a frente. Vou sentir seu calor, seu cheiro, poder ver seus olhinhos ligeiros procurando os meus. Ah, meu anjo... eu já choro só de pensar... foram nove meses juntos, você foi gerado a cada dia, protegido, alimentado. 
Aliás, hoje eu chorei, sabe... sim, você sabe. Mas foi um choro de alívio por conhecer o dia da sua chegada. Foi um choro de saudade de ter você aqui dentro. 
Você sentiu cada emoção minha. Cada palavra que falei durante todos esses meses. 
Por você, meu filho, passei por uma metamorfose intensa, superei meus medos mais profundos, lutei contra cada demônio que me assombrou, fiz sacrifícios, mas nada foi em vão. Nada! 
Perdoa sua mãe pelos momentos de fraqueza. Perdoa se não demonstrei alegria desde o começo, se falei bobagem. Você um dia vai saber que sua mãe jamais deixou de amar você, mesmo nos momentos de desespero. Mas eu sei que você entendeu tudo aquilo e entre nós restou um amor puro e simples. A gente se curtiu muito! Cada coisinha comprada, cada etapa conquistada, cada semana que passou, tudo foi motivo de orgulho para nós.
Miguel, chegando deste lado do mundo, você tem uma obrigação: ser feliz. Desejo de todo coração que Deus abençoe sua vida. Que você seja um homem de bem, honesto, respeitador, ame sua família assim como te amamos já faz tempo. E que seja assim por toda a vida!
Ei, meu querido. Vê se não vai chorar muito no nosso encontro. Já chega essa sua mãe toda molenga, que chora por qualquer coisa. Dá uma força, faça uma careta engraçada, jogue um jato de xixi na enfermeira, para que eu chore o quanto menos e aproveite muito o nosso momento. 
Cuida também para que seu pai libere tudo o que está engasgado. Eu sei que ele está muito emocionado e mal pode esperar para te pegar nos braços. Quando chegar, trata de dar um abraço bem apertado nele, ele merece!
Amor da minha vida, a gente se vê. Até amanhã! Amamos você!