quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O apagão


Um momento de merda, assim eu posso classificar o que aconteceu no apagão da última segunda, dia 18.

Então que o calor de 40 graus à sombra daquele dia trouxe ao final da tarde uma baita chuva, com muitos raios e trovões e com ela, veio o apagão. Já estava escurecendo eu sozinha em casa, com o filhote. 
O Miguel, que não é lá muito fã de chuva, se apavorou com o escuro e o barulhão, começou a chorar copiosamente, então eu tive que me virar. Abri o celular, procurando iluminar a casa, em busca de uma lanterna. Mas o Flávio havia usado a bichinha e não devolveu em seu lugar. Fiquei sem. Velas eu não tenho, logo me restou acender o fogão. Mas o apagão já durava cerca de meia hora, escuridão total nas redondezas e eu resolvi ligar pra CPFL. O que eu não vi no meio da confusão toda, é que o Miguel havia cagado e tirado a fralda, então quando o peguei no colo, aquele cocozão que estava entre as nádegas dele colou em meu braço. Imagina  só eu com um baita tarugo grudado, na linha com o atendente, xingando pacas a merda no braço e o apagão, o Miguel rebolando por cima, e então pra coroar tudo, acabou a bateria do meu celular. Fiquei sem protocolar o pedido de conserto ou sei lá o quê, na escuridão e agora, embosteada e fedendo horrores. Tá bom, e agora?  
Corri pro banheiro, no escuro mesmo, e tirei a bosta do meu braço e da bunda dele, do jeito que deu, tateando. Na cozinha, iluminada pela chama do fogão, fiz Miguel deitar no chão e eu botei de improviso uma fralda pra ele não melar mais nada. Aí vi que também tinha bosta no chão. Legal, pensei... Mas não havia tempo para xingar e me descabelar. A situação do escuro era péssima, o Mi não dava trégua no choro e minha cabeça ia explodir de tanto nervoso. 
O carro! Claro, o carro! Acendo os faróis e tudo fica bem! Então me dei conta de que meu carro ainda estava na rua! Passei a mão nas chaves, desliguei o fogo e saímos nós dois, debaixo de chuva. Entrei no carro, acendi farol alto, o limpador de pára-brisa (tenho agonia de vidro molhado), acendi a luz interna, liguei um som. 
Nisso, apareceu uma moça num Passat branco, apavorada. Estava perdida no meu bairro (Oh, novidade), e naquela escuridão não conseguia encontrar a saída. 
Pedi para que me seguisse e a conduzi pelo caminho correto, coitada... 
Quando voltei, guardei o carro na garagem e mantive os faróis iluminando a sala. Em 10 minutos, tudo voltou ao normal. 
Isso durou uma hora!

Agora eu me pergunto, é Lei de Murphy?
Essas coisas só acontecem quando você está sozinho?