segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Retrospectiva 2010 - altamente editável

Pois é, pessoal! Mais um ano indo pras cucuias. Eu particularmente detesto esse negócio de terminar ano, reveillon, blablabla, adeus ano velho, feliz ano novo. Dá uma preguiça gigante começar tudo do zero. Janeiro, Fevereiro...Bah... Na verdade eu me apego ao ano que está acabando e sempre fico com aquela sensação de final de novela boa.
Mas como eu não sou a senhora Chronos, o negócio é, como diz a tia Martha, relaxar e gozar (eita, nem isso eu to podendo).
Já que eu me apego tanto ao ano velho, esse 2010 então nem se fala. Acho que foi um dos anos mais lindos e completos para mim. Sinto falta de alguns passados, como todos os anos da década de 80 (ai, que infância saudosa), 2001, 2002... anos bons, me trazem lembranças divinas. Mas em 2010 eu me tornei uma mulher com M maiúsculo, negrito e fonte corpo 100! Com M de mãe!
A minha retrospectiva começa mesmo um pouco antes da descoberta que mudaria minha vida. Vamos ver como foi que tudo começou.
(Ah, e eu posso voltar aqui e editar caso me lembre de algum detalhe extra)


Abril/2010 - Estou numa fase introspectiva, extremamente sensível. Sinto muito cansaço e durmo em qualquer canto. No auge da frustração, digo ao Flávio que diante de tanta coisa que não tinha conseguido até então (terminar a faculdade, casar vestida de noiva - com modelo já escolhido e tudo - , viajar e conhecer o mar), não ter filhos viria a coroar a minha fraqueza diante da vida. Eu me sinto uma perdedora. Sem desconfiar de nada, numa tarde de sábado onde meu humor alcançava o núcleo da Terra de tão pra baixo, eu digo ao maridex que não queria mais tentar um filho e que voltaria a tomar a pílula. Estava apenas esperando a monstruosa dar as caras para iniciar o ciclo de contraceptivos. A época era complicada financeiramente, não conseguia comprar nem um grampo de cabelo para mim, e pensava no que eu poderia oferecer a um filho naquele momento.
Sinto desejos de comer coisas que sempre odiei: mingau de aveia cozido e bem colento, sorvete de morango, salada de maionese. Embora tentasse emagrecer, eu via o ponteiro da balança avançando a cada dia. Mais cansaço. Peitolas grandes e doloridas. Como era praxe, nada do Sr. Chicão dar as caras. Eu ainda não desconfiava de nada.
Tenho ainda uma infecção de urina após uma década sem o problema. E ainda uma gripe de matar elefante, que me botou de cama em observação. Era como se meu corpo não tivesse defesa, já que eu jamais havia passado por uma gripe tão forte em toda a minha vida.

Maio/2010 - Dia 3, segunda-feira. Entre gráficos e relatórios, meus olhos pesam, ainda com o corpo moído pela gripe da semana anterior. Observei que meus seios estavam grandes, cheios de veias e doloridos. Numa ligeira busca no google, cruzei alguns sintomas e encontrei a resposta: gravidez. Não botei fé, não era a primeira vez que sentia aquilo. Deveria ser psicológico ou hormonal. Mas para ficar tranquila, pedi ao Flávio que comprasse o teste. Ele já desconfiado não quis esperar e me entregou a caixinha com o kit bem no meio do expediente, e me pediu que o fizesse ali mesmo. Esperei a vontade de fazer xixi e em instantes, o resultado. Na primeira fração de segundo, me lembro de ter sorrido, talvez em choque. Depois a tremedeira. Eram dois riscos, que deixava clara a situação: um positivo! Infelizmente, naquele momento, nem eu e nem o Flávio aceitamos a novidade. Eu chorei e desejei que fosse um equívoco. Pedi novo teste, com marca diferente. Desta vez, feito já em casa, na calada da noite. Em instantes, a tirinha se coloriu com os dois risquinhos. Era fato, eu estava realmente grávida!


Assustada, ainda estava longe de aceitar a notícia. Tinha bem lá no fundo a esperança de um falso positivo. Enquanto isso, amigas me encorajando e mostrando o quanto seria maravilhoso um filho em minha vida. Mas eu me mantinha inflexível na minha negação.
Dia 14, a primeira consulta médica e o veredito, agora oficial: grávida, grávidésima. Chorei por horas, dirigindo pela cidade e uivando ao volante. Sim, eu parecia uma doida chorando e lastimando. Feio, mas assumo que foi mesmo dessa forma. Foi a vez do Flávio se fortificar e me passar o apoio do qual eu tanto precisava. Era preciso afastar de mim todos aqueles pensamentos nefastos.
Dia 15, como num passe de mágica, acordo renovada e já aceitando a nova condição de mãe. Não era nada 100%, mas bem melhor do que antes e já fazia alguns planos tímidos. No mercado, já comecei a incluir no carrinho artigos para bebê.

Junho/2010 - Dia 07, o primeiro ultrassom, com TN, revela um amor que eu não sabia a dimensão: o amor de mãe.
A primeira imagem na tela me acelerou o coração e me fez sentir um orgulho imenso, em carregar aquele serzinho com menos de 6 cm e 12 gramas.
Eu estava com 12 semanas.
Muito cedo para saber o sexo, eu o chamaria de Buzuzú

Já com um certo orgulho do "barrigão" de 12 semanas

Dia 11, começa a bateria de exames e a luta para vencer o medo de agulhas e de hospitais. Esse terror me acompanhava desde a infância. Depois dos 6 anos de idade, nunca mais ninguém se atreveu a enfiar uma agulha em mim. Mas era preciso, pela saúde do bebê. Eu quase tive uma recaída por causa do medo, mas recebi muito apoio do Flávio e enfrentei. Talvez pelo stress ou mal preparo da enfermeira, mas o braço ficou com um hematoma muito feio:

A cor e a dor ficaram por dias como troféu pela coragem de enfrentar o maior medo que tinha na vida: agulhas
Dia 30, o ultrassom de 15 semanas e 6 dias  iria revelar finalmente quem era Buzuzú. Começa então a saga da escolha de um nome para ELE. Sim, todo mundo afirmava que eu aparentava carregar um menino, mas eu achava que não, que seria uma menina! Ledo engano, dessa vez, só dessa vez, a sabedoria popular acertou em cheio.

Julho/2010 - O nome do Buzuzú é definido: em meio a Enzo, Gabriel, João Pedro e Guilherme, Miguel foi o nome escolhido, mesmo sob alguns protestos. Miguel: "IGUAL A DEUS".
Dia 10, Miguel mexe na barriga e mamãe pela primeira vez pode sentir.
Metade do mês, de férias, posso começar a preparar o ninho que irá receber o filhote. Completamente apaixonada pelo rebento, procuro tudo do bom e do melhor que eu puder comprar.
Dia 27, novo ultrassom para confirmar o sexo. O anterior havia sido realizado no posto de saúde, e eu fiquei com medo de não estar correto.
Vejo então uma caveirinha linda, a face do Mimi!

A confirmação do sexo.

Uma caveirinha me olhando!

Agosto/2010 - Caio novamente, e dessa vez, começa com uma gripe e termina com depressão. Dia 23, segunda-feira, ao fazer o pré-natal de rotina, o médico constata um pico de pressão arterial, 16 x 10. Temendo problemas na gestação, solicita a minha internação e exames para constatar ou descartar uma pré-eclâmpsia. Eu estava com 23 semanas. Entro para o grupo de alto risco, sou afastada do trabalho.

Aqueles longos dias (seg, ter, qua) no hospital me deixaram mais pra baixo ainda
Afastada a hipótese de pré-eclâmpsia, tenho alta dois dias depois e passo a controlar a PA diariamente, além de tomar remédio e fazer repouso e dieta restritiva.

Setembro/2010 - Com vinte e tantas semanas de gestação, o mês rola sem grandes novidades, exceto duas: no dia 7, percebi que já produzia colostro. E também em setembro o Miguel pela primeira ve embolou na barriga, ficando o volume de um só lado.

Outubro/2010 - Mês do meu aniversário, mas os presentes eram todos do Miguel. Entrei na casa das 30 semanas, levei um tombo, mais um US, o quartinho finalmente fica pronto. Surgem sintomas como azia e dor nos países baixos. Estrias começas a arrebentar a pele da barriga. Meu aumento de peso desenfreado me leva a uma dieta radical. Mais exames de sangue e eu já encaro numa boa. Numa noite de domingo, dores na barriga me fazem pensar que estava em trabalho de parto - era uma diarréia absurda e doída feito o cão.
Começa a bater o clima de despedida do barrigão.
Out - Pela primeira vez, conheço um esboço do rosto do meu filho!








 

Novembro/2010 - As cobranças ficam cada vez mais insuportáveis. Todo mundo quer que o Miguel nasça a qualquer custo, como se eu fosse obrigada a parir só porque alcancei as 37 semanas de gestação. Alguns teimavam em dizer que estava passando da hora de nascer (grrrrrrrr).
A barriga muito grande desperta uma nova desconfiança, que foi confirmada com um teste de curva glicêmica: o diabetes gestacional. A dieta se torna mais restritiva e eu perco peso a cada semana. 
Detalhes finais para a chegada do Miguel são concluídos: entre eles a compra do bebê conforto e colocação de um adesivo no carro, advertindo a presença do meninão.
Ultrassom mostra rosto de Miguel e deixa mamãe e papai mais ansiosos.


Dezembro/2010 - Já com dificuldades para me locomover, inicio mesmo assim um programa de caminhada diário após constatar, às 38 semanas de gravidez, uma dilatação de 2 cm no colo do útero. Essa caminhada, indicada pela GO, ajudaria a acelerar a dilatação. Uma semana depois, com 39 semanas e 1 dia de gestação. 10 de dezembro de 2010. Miguel não quis mesmo sair de forma natural. E essa foi marcada como a data limite para o seu nascimento. Às 14:45 horas, por parto cesáreo, nasce meu menino querido, meu anjo de luz, tão querido, tão desejado, pelo qual lutei, por quem abri mão de muitas coisas e prazeres. Saudável, Apgar 9 e 10, nesse dia descobri finalmente "a tradução do que é o amor".

Mesmo com todos os problemas que tive durante boa parte da gravidez e no pós-parto, o medo e as dificuldades das noites sem dormir agora que ele nasceu, a felicidade é extrema e toda vez que me lembro da atitude negativa que tive ao saber da minha gravidez, sinto um remorso imenso e vergonha da falta de coragem pra lutar e ir até o fim. Mas eu venci tudo isso. Levei a gestação até o final. Lutei, encarei os problemas com força, determinação e certeza de que seria muito diferente essa vez.
Contrariando urubulinos de plantão que diziam que Miguel nasceria prematuro, que eu não daria conta, aqui estamos!
Na data desta publicação, Miguel está com 17 dias de vida, e a cada dia fica mais malandrinho, mais lindo e mais querido. Nesse momento passa por um pico de crescimento e mama o dia todo sem parar. O umbigo (outro motivo de desconfiança alheia quanto a minha capacidade) já caiu. Minha anemia ainda persiste, as dores continuam, embora mais espaçadas e menos intensas.
Mas agora tenho uma família de verdade, posso dizer que sim, sou uma mulher completa e muito feliz!
Desejo de coração que 2011 me traga muitas boas novas, para que eu possa ter prazer em entrar em outros novos anos e esperar deles tudo aquilo que eu nunca esperei antes.

Feliz 2011!!!
O sorriso da criança,
como o perfume da flor,
nos enchendo de esperança,
dá-nos paz, ternura e amor!

8 comentários:

Mamãe de terceira Viagem!!! disse...

Que lindo sua retrospectiva! O Miguel cada dia mais fofooo!!! Um beijo a vcs e um feliz 2011 muita paz, amor, felicidade, saude sucesso! td de bom nesse novo ano que Deus Abençõe vcs! bjss

Janahhh disse...

demais este post em tudo de bom

felicidades e que deus abençoe demais eesa familia feliz 2011 beijos

Luana disse...

Amiga , cheguei a chorar com sua retropectiva , muito linda mesmo . Parabéns pelo seu Miguel , ele é lindo .
beijos e um ótimo ano novo.

denise disse...

É Dri: Retrospectiva assim, dá mais ânimo pra seguir em frente não é?
Você e seu marido lutaram muito, e conseguiram! Miguel tá aí, lindo, maravilhoso, fofo e crescendo saudável. Parabéns por tudo mamãe (e papai). Tenho certeza que 2011 vai ser ainda melhor. Beijo

Unknown disse...

Oi Adri!
Vim conhecer seu blog e agradecer sua visita lá no meu!
Adorei a retrospectiva! O Miguel é lindo e muito fofo!
Eu fui treinante até junho/2010 e depois por problemas financeiros desisti por prazo indeterminado hehe
Tô te seguindo!
Bjokas

Bealtifull Day. disse...

dri, que lindo depoimento seu deste ano.. e que lindo a carinha dele no final! auhauha

adorei, ele ta lindo! parabens....

( então , estou entrando só a noite quando o maridao dorme..) kkkkkkkkk

beijinhos e feliz ano novo!!!!

Cândida Rosa disse...

Lindo post Dri!
Parabéns pelo seu meninão!
Feliz Ano Novo para ti, para o Flávio e para o Miguel!
Bjs!

Mariza Batista disse...

Dri, obrigada por passar no blog.Que bom que o post te ajudou! Fico feliz quando publico algo e sei que serviu para alguém.

Beijocas mil e um ano novo maravilhoso!

Mari
http://cantinhodoreiarthur.blogspot.com