quinta-feira, 30 de junho de 2011

Trocando receitas

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Chef Adriana - a papisa da papa
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Bom, chega de brincadeiras e vamos arregaçar as mangas. Muitas mamães já entraram na fase da papinha e passeando por alguns blogs, vi que algumas apresentam dificuldades na hora de preparar o alimento. Tem gente que não sabe o que usar, tem as que não sabem combinar ingredientes, quantidade de sal e por aí vai. 
Uni meus dotes culinários com o que aprendi pelas minhas andanças, aliado ao que o pediatra do Miguel indicou. Resolvi postar algumas receitas de papinhas nutritivas e que a mamãe mesmo não sabendo nada de fogão, vai tirar de letra. 
Obs.: o pediatra do Miguel indica que a papinha contenha 3 legumes, 1 carne, 1 folha e 1 carboidrato (arroz/macarrão)
Quero também abrir espaço nos comentários para que outras mamães fiquem à vontade para postar suas receitinhas.

Papinha de carne com legumes e macarrão
(rende 2 refeições)
1/2 bife pequeno de carne magra (patinho, coxão duro, coxão mole), picado em cubinhos
1/2 mandioquinha picada
1/2 inhame picado
1 rodela de 2 dedos de espessura de abobrinha, picada
1 colher (sopa) de macarrão (pode ser letrinha, estrelinha, espaguete quebrado, aletria)
1 folha de alface
1 ramo de salsa
1 folha de cebolinha verde
1 fio de azeite ou óleo de milho/canola
pitadinha de sal
água filtrada

Numa panela, aqueça o azeite e doure a carne. Junte todos os vegetais, refogue ligeiramente e cubra tudo com água. Acrescente o macarrão e o sal e mexa. Quando levantar fervura, tampe parcialmente a panela e deixe cozinhar até que tudo esteja bem macio. 
Triture a sopa no mixer ou com um garfo e ofereça morninho ao bebê. 
Cuidado com o sal: o ponto de sal é quase imperceptível ao nosso paladar. Saiba que o sódio é prejudicial quando ingerido em doses acima do recomendado. Para bebês, o ideal é que seja bem pouco para não sobrecarregar seus órgãos. 

Papinha de beterraba
1/2 beterraba pequena picada
1/3 de cenoura picada
1/2 mandioquinha
1 pedaço pequeno de peito de frango (1/2 bife pequeno aprox)
6 folhas de espinafre
1 colher (chá) de  cebola picada 
1 fio de azeite
1 colher (sopa) de macarrão pequeno
pitada de sal

Aqueça o azeite, doure a cebola e o frango. Refogue os vegetais, cubra com água, tempere com sal. Misture o macarrão. Quando levantar fervura, tampe a panela parcialmente e deixe cozinhar até que tudo esteja macio. Triture ou amasse a sopinha. 

Papinha de chuchu e arroz
1 colher (sopa) de arroz
1/5 de abobrinha italiana picadinha
1/5 de chuchu picado
1 batata pequena picada
1 folha de alface
1 folha de cebolinha verde
1/2 bife de carne magra picado
fio de azeite
pitada de sal

Proceda exatamente igual ao preparo das outras sopinhas, sempre refogando os ingredientes antes de colocar a água. É importante para liberar os sabores. Assim como a gente faz para preparar as nossas refeições, nossos filhos merecem carinho e capricho na elaboração dos seus pratos.

Papa canja
100g de peito de frango picadinho
1/2 batata picadinha
1/2 cenoura picadinha
1/4 de chuchu picado
1 colher (sopa) de arroz
1 colher (chá) de cebola picada
1 folha de alface

Prepare a canja conforme as instruções acima, mas na hora de triturar, retire o frango e ofereça apenas os vegetais e o arroz amassadinhos.

Papinha de banana e papaia
Amasse uma banana (maçã ou prata) e a polpa de 1/4 de papaia. Misture bem.

***

Quero também oferecer um link do Baby Center que ensina várias receitinhas para as mamães que não sabem o que fazer na hora de preparar as refeições de seus bebês.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Passo-a-passo: como se tornar uma morsa

Durante a minha gravidez, já fui o Chewbacca...


Sim, é meu rosto!




















Já fui o Jabba The Hutt...













Agora, gentilmente meu marido tem me chamado de Morsa. Claro, casei pra isso: receber os mais lindos apelidos!
 









Mas não foi assim toda a vida. Acreditem: eu tive um corpinho de dar inveja!

Pesando 30 quilos a menos, 10 anos mais nova, eu estava no meu auge de vitalidade e beleza. Eu não sabia o quanto sentiria falta da minha magreza (que na época eu abominava). E não fazia dieta alguma pra isso! Tomava litros de cerveja, devorava barras de chocolate, sanduíches, bolachas, refrigerantes, numa esbórnia alimentar sem fim. Já vi gente arregalando os olhos pra cima do meu "pratão de pedreiro", sem entender como uma magrela comia tudo aquilo. Eu tinha cara de quem comia alface e só. 

Pois o tempo foi passando, a idade pesando e o metabolismo pediu arrego. Ficou mais lento, devagar, quaaaase parando. Então a menininha com corpinho de miss foi ficando um mulherão com corpo de mamão. E ganhei facinho, facinho, 26 quilinhos. Entre chás "milagrosos", cápsulas com fórmulas fitoterápicas (nunca tive coragem de tomar as pílulas emagrecedoras que deixam a pessoa na mó nóia), conheci o efeito sanfona. Sanfoneando, perdi 10 quilos e fiquei boazuda. Mas logo eu encontrei os quilos perdidos. E assim fui tocando a vida, alisando fotos antigas, morta de saudade do que havia sido um dia. 
Então veio a gravidez. Apoiada nisso, perdi a vergonha e enfiei a cara nas panelas, nas garrafas, nos pacotes. Devorei bolos, pudins inteiros, comi como se fosse a última vez e assim fui engordando. Eu estava desvairada, parecia uma locomotiva sem freio. Então um pito da GO me fez entrar numa dieta. Ótimo, perdi muitos quilinhos, mais ainda com a dieta por causa do diabetes gestacional, mais restritiva ainda. Depois do parto, a desculpa era a amamentação (como disse a Than, o povo fala que emagrece e plá, mas só se for na Krakóvia, porque aqui foi diferente) e eu me acabei de comer. Pelo simples fato de amamentar, eu sentia muita fome. O tempo todo, noite e dia. Voltei a assaltar geladeira. Devido ao nascimento e à nova e louca rotina com Miguel, meus horários ficaram todos muito bagunçados. Passei a não dar conta da minha vida e nem da casa. Soma-se à loucura e o vai-e-vem da obra, começamos a jantar sempre após as 10 da noite. Se eu almoço por volta do meio dia, o período sem comer é de cerca de 10 horas ou mais. Resultado: comilança e cama. E isso implica em aumento de peso. Já tive vontade de começar uma dieta igual à da gestação. Mas e o tempo? Não dá! Imagine o caos do dia-a-dia de uma mãe de um bebê que não costuma dormir durante o dia, tendo que cuidar ainda de uma casa e de 10 gatos. Sim, são DEZ gatos que eu preciso alimentar, acarinhar, ralhar, limpar caquinha. Não sobra tempo, simplesmente, para me cuidar. Não agora. Resultado:

Portanto, se você quer mesmo ficar como eu, siga esses passos infalíveis:
  • Planeje suas compras no mercado com o máximo de delícias industrializadas: sorvetes, biscoitos, chocolates, balas, ingredientes para fazer mais doces, pipoca de microondas, flans, pizzas, hot pocket, amendoim, refri.................tudo estará sempre à mão na hora da sua fome.
  • Coma frutas. Com leite condensado ou até creme de leite. Se você for chique, coma com chantilly.
  • Pra que malhar? O barato é sentar ou deitar sempre que possível.
  • Sobrou um tempo? Faça um bolo, é um bom treinamento para ser mãe. Seu filho, quando crescer, irá pedir e você estará craque!
  • Mantenha sua mandíbula em forma: mastigue.
  • Segunda-feira você começa a dieta? Pode ser na terça! Ou na quarta, ou na quinta...
  • Coma tudo o que puder e depois passe o maior tempo possível sem comer. Repita a operação diariamente. Assim você fica sabendo como se sente um faquir e logo após, tem um orgasmo enquanto se empanturra de comida.
  • Alise as fotos de modelos ou a sua mesmo de quando era magrinha e repita: isso não me pertence mais.
  • E finalmente, faça como eu: sente e fique lamentando sua desgraça. Mas atenção: tem que ser sentada, pra evitar a fadiga. 
  • Ouça a música em que Roberto Carlos glorifica sua nova condição.
Agora gente, é pra valer: vejo tanta gente que está voltando ao peso normal ou até melhor que antes de engravidar, e sei que eu posso. Só vou esperar acabar o corre-corre da construção, que leva algo em torno de 1 mês (isso me faz jantar tarde, porque o Flávio chega tarde) e aí sim, tenho fé que vou conseguir ficar uma mãe toda boa!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Ele é O Cara

Daí que estamos felizes, assustados e de queixo caído com a astúcia desse carinha aqui...Nesse final de semana, Miguel se revelou um menino inteligente e cheio de opinião, além, claro, do aprendizado diário. Vamos começar do começo pra vocês entenderem.

Sexta-feira, dia 24 de junho - meu marido pegou um diazinho de folga pra correr atrás das coisas da nossa construção. E nesse dia, seria feita a escolha da tinta da fachada da casa. Claro, eu fui junto pra dar aquela assistência. E Miguel sempre vai também (esse menino ainda vai ser engenheiro, escrevam o que eu to dizendo).Nesse trololó, acabou ficando tarde demais pra eu fazer a papinha dele. Nessa hora, pra que a gente apela? Pras papinhas prontas, uma mão na roda. Não que eu tenha intenção de basear a alimentação dele nessas papinhas industrializadas, mas é sempre bom ter umas à mão para momentos como esses. Comprei a de mandioquinha, peru e macarrão e ele simplesmente amou. Comeu muito e ainda chorou por mais.
Sábado, dia 25 de junho - mais um dia de correria intensa, fazer permuta de materiais e comprar outras coisinhas mais. Novamente, chegaria em casa tarde demais para ir pro fogão. Novamente uma papinha Nestlé, dessa vez carne com legumes. O garoto traçou tudo sentadinho no banco de trás do carro. À noite, teve casório pra ir, ele se comportou muito bem, obrigada. Mesmo assim, fui embora muito cedo porque o som estava muito alto e ele dava uns pulos de susto. Ô, dó.

No casamento, verificando a disponibilidade do tetê.

Domingo, 26 de junho - Miguel acorda todo bonzinho, depois de a mamãe sofrer a noite toda com picadas de pernilongo (no quarto dele não tem, ainda bem). Eu havia no meio da madrugada, me mudado pro sofá da sala, cansada de acender a luz a noite toda em busca do inseto do demo. Matei quatro e ainda assim, vinham outros cantar na minha orelha. Como eu estava o pó, pedi arrego e o papai ajudou um tico. Ficou na retaguarda enquanto eu fazia a papinha do Mimi. Numa dessas, o Flávio foi trocar a fralda do filhão (aliás, o cocô dele tá o maior barato, parece massa de cajuzinho) e pediu beijo ao Miguel. E smack, Miguel soltou um beijinho meio troncho no ar. E Flávio fez smack, pediu outro beijo. E Miguel respondeu com beijinho no ar. Quando me contou, eu não acreditei. "Imagina, não é pra tanto, bem..." E incrédula, fui tirar a prova dos 9.
"Miguel, manda beijo". E ele: "SMACK". Aaaaaai, quase fiz xixi nas calças de tanta alegria! Meu filhote aprendeu a mandar bitocas! Ahahaha, que coisa linda!
Daí o dia foi passando, passando, papai foi pintar o pé-direito da casa e eu fiquei sozinha com Miguel, fazendo malabarismos, engolindo tochas, tudo pra distrair o pequeno ligado no 220.
Mais à noitinha, fomos ao mercado, eu precisava pegar mais frutas e alguns ingredientes para a sopinha dele. Peguei um carrinho e fui para um lado, enquanto o Flávio pegou outro, com bebê conforto, e foi para outro canto. O Flávio resolveu comprar alguns potinhos de papinha pra estocar. Quando o Miguel viu o potinho na mão do papi, ficou enlouquecido! Reconheceu a embalagem, dá pra acreditar? É, nem eu acreditei! Mas o Miguel reconheceu e quis porque quis pegar o vidrinho. Flávio deu na mão dele e então Miguel quase experimentou o nirvana! Só não chegou lá porque o pote continuou fechadinho. O Flávio precisava tirar dele, porque é vidro, e a combinação bebê + vidro não é nada legal! Miguel abriu o chororô. E o papai, abestalhado com aquilo, correu para o corredor de artigos de festa, bem coloridos, e deu em troca do pote um pacotinho de forminhas de brigadeiro. Pronto, estava resolvido o problema. Estaria, se o Flávio não inventasse de dar em troca pelas forminhas uma bola de futebol vermelha cheia de brilhos e carros de corrida. Só que não estava em nossos planos levar essa bola. Tentei substituir por uma baratinha tipo dente de leite. O Miguel empurrou sem dó. Dei uma do Piu-Piu. Nem olhou. Tirei a vermelha e ele esticava as mãos. Queria aquela. Tentei uma do Looney Tunes. Ele até pegou na bola, estudou, analisou e deu o veredito: queria a vermelha. Nessa hora a gente descobriu que o Miguel é muito inteligente, tem opinião formada e sabe muito bem o que quer. E lá fomos nós três para o caixa, Miguel com a tão querida bola vermelha na mão, vitorioso, e nós com cara de palerma. Nosso filho havia escolhido seu primeiro presente. Se com 6 meses tá assim....aff, é pacabá!
A eleita.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A papinha

Zenti!!! Tô feliz da vida! Passei pela prova de fogo e fiz uma papinha muito diliça! Se eu contar que até meu marido caiu de boca, vocês acreditam? E os gatos também! Miguel nem se fala! Comeu até! Eu digo que ficou muito saborosa, mas confesso que morro de aflição de comer comida triturada, por mais gostosa que esteja, vai entender... E saber que tem gente viciada nas papinhas da Nestlé - écaaaa!

Miguel tá se saindo a gulodice em pessoa! Tomou suco de laranja-lima às 10h45. Em meia hora, insistiu em mamar aqui nas peitolas da mamãe e meio dia e dez, ele comeu 2 colheres (sopa) cheinhas de papa! Agora tá aqui dormindo de pandu cheio.
Vou dizer como fiz a papa:
  • meio bife de coxão duro (é muito magrinho, excelente sabor)
  • meia mandioquinha
  • meia abobrinha italiana
  • meio inhame
  • uma folha de alface
  • um raminho de salsa
  • meia folha de cebolinha verde
  • um fiozinho mínimo de azeite
Piquei a carne em quadradinhos e dourei muito bem com aquela gotinha de azeite. Depois, juntei os legumes e as folhas, refoguei mais um pouco e coloquei água até cobrir. Uma pitadinha de sal, bem mínima mesmo e uma colher de macarrão letrinha (sei que vou triturar, mas amei comprar um macarrãozinho de criança) e com a panela tampadinha, cozinhei até que tudo ficasse bem macio.
Caldinho dourado porque pegou todo o sabor da carne refogada.

Passei a sopa pelo mixer, para apenas triturar e a papa ficar com textura.

Esperei esfriar e ofereci ao Miguel. Ele comeu muito bem, sem fazer cara feia e abrindo bem o bocão. 
Como fiz papinha a mais, amanhã farei uma quantia menor, porque não pretendo congelar, e sim oferecer sempre uma refeição feita na hora. Pode parecer loucura, mas se eu odeio comida requentada, pra que forçar o Miguel a comer uma? Sem falar que alimento fresco é tudo de bom!
Amanhã o cardápio é papa de arroz com carne, batata, cenoura e chuchu. Fiquem com as fotos de hoje!
Papou um montão!

Olhando pro papai, que fez a foto.


Será que ele aprovou? A carinha diz tudo, né?



quarta-feira, 22 de junho de 2011

A primeira papinha

8.550 kg

Com "tio" Jaime
Hoje foi dia de pediatra. Na consulta passada, Miguel estava gripadinho e não havia ganhado peso, apenas cresceu. Dessa vez, aconteceu o oposto: não cresceu, mas engordou 350g em 9 dias. De 8.200 kg, saltou para 8.550 kg. Ótimo para tão pouco tempo, nove dias. Sinal que meu leite ainda rende bem, né?
Porém, ó que coisa feia, Miguel deu um puta cagote no meio da  consulta, ahahaha! Bom também, assim o pediatra viu o cóquis dele também. E ele tá uma gracinha, ficou super bem no colo do tio Jaime, brincou com os caminhõezinhos na mesa. Pudera, esse médico é um fofo, gente! Todas as crianças amam ele de paixão!
E novidade na área: Miguel amanhã vai comer sua primeira papinha! A receita é a seguinte:

3 tipos de legumes (batata, inhame, chuchu, cenoura, beterraba, mandioquinha, tomate (tá, eu sei que tomate é fruta), vagem, brócolis e o caramba)
1 tipo de folha (alface, espinafre, couve, almeirão, chicória, repolho)
1 carne magra ou frango
um tico de arroz ou macarrão
um tico de sal
cozinha tudo junto, depois tritura, peneira ou amassa, deixando uns pedacinhos
(eu vou botar um tico de salsa pra dar um tchans)
E essa papinha vou dar até 4 colheres (sopa) na hora do almoço. Dá pra brincar bastante com os sabores. Hoje mesmo já comprei: batata, inhame, mandioquinha, abobrinha, chuchu. Tenho já em casa a cenoura, beterraba, tomate, couve e alface. Hummm, deu água na boca, mal vejo a hora de fazer o quitute (vou me sair bem, pois já sou cozinheira "véia de guerra"). Miguel certamente vai amar.
Falar em amar, acho que não vou ter maiores dificuldades com comidinha salgada. Hoje ele provou um caldinho de feijão e precisa ver só como ele curtiu a novidade! Eu é que preferi não dar mais, porque o sal que um adulto come é prejudicial para o bebê, né?
Então amanhã eu volto pra contar como foi a primeira vez pra valer mesmo. 
Ah, recado pra Angi, sei que ela vai ler: o Miguelito amou a papinha de pera cozida. Até meu marido caiu de boca, ahahahahaha! Valeu a dica, querida!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O primeiro beijo

Tudo aconteceu numa sexta-feira, no meio da tarde. Eu estava aninhadinha com ele, fazia frio e por isso estávamos bem abraçadinhos. Então, de um jeito meio selvagem, com força nas mãos, ele me pegou pelos cabelos e tascou um beijo quente e molhado. (...)

Parece até um trecho daqueles romances Sabrina que a gente lia escondidinho dos pais na adolescência. Mas esse é o relato do primeiro beijo que ganhei do meu filho. 
Foi sexta, dia 17. Exatamente como descrevi. Eu e ele abraçadinhos, ele todo feliz, me tarracou os cabelos e puxando meu rosto para perto do dele, abriu o bocão e encaixou na minha bochecha, sugando-a com vontade. 
Pensei: ou ele está me levando à boca - assim como faz com tudo o que pega - ou é um beijo. Prefiro acreditar na segunda alternativa. Mesmo porque ontem, eu pedia beijos e ele fazia a mesma coisa: metia veementemente o bocão na minha bochecha e me deixava toda babada. E o papai pediu beijos, claro. Mas Miguel negou o pedido. Ele não beija o pai. Simples assim. Mamãe é coberta de bitocas. Papai fica a ver navios. Taí mais um motivo para eu achar que é beijo e não necessidade de me enfiar na boca. 
Quem já recebeu sabe o quanto é bom ganhar essa demonstração de carinho e cumplicidade. Quem não, meu conselho é ir enchendo seus pitoquinhos de beijocas, logo eles retribuem. Agora vou indo, tem uma sessão de bitoquinhas me esperando!!!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Desenvolvendo!

Ah, que alívio! Juro que eu estava ficando muito preocupada com o fato de Miguel ainda não conseguir virar de barriga pra baixo. Participo de uma comunidade de mamães que tiveram seus rebentos em Dezembro/2010 e por lá boa parte já faz a façanha. Intelectualmente, Miguel é quase um Einstein. Atende quando o chamamos pelo nome, adora uma farra, canta feito o Pavarotti, fala mais que uma matraca descontrolada, tem mil e um caprichos. Mas faltava uns ajustes na parte física. Eis que na última segunda-feira, dia 13, Miguel começou a agarrar os pezinhos. Agora que os descobriu, é aquela festa na troca de fraldas. Pra mim é uma beleza, pois nem preciso mais segurá-lo para limpar o derrier. Ele fica lá todo arreganhado, encantado com seus pezinhos.
E ontem, finalmente ele rolou. O engraçado foi a graça que ele achou. Ficava rolando e rindo, feliz da vida. Acho que o sexto mês tem muita novidade a oferecer. Algo me diz que vou me surpreender muito com o Miguel por esses dias.
Também na segunda-feira, teve o retorno no pediatra. Semana passada que ele ficou doente, não consegui encaixe e precisei levá-lo no plantão, onde foi atendido pelo médico bola murcha. E anteontem a consulta foi um complemento da que fizemos a quinze dias atrás, no pediatra que eu escolhi. 
O Miguel cresceu 1 cm (agora mede 68,5 cm) mas não ganhou peso. Muito provavelmente por conta da gripe forte que o nocauteou. Gripe sim. O pedi dele contestou o diagnóstico anterior de traqueobronquite, que aliás, muito me alegrou. Suspendeu a carga homérica de remédios, manteve apenas a amoxilina por 7  dias (antes eram 10), inalação, sorinho nasal e receitou vitamina C. Papinhas ainda não, ele quer esperar o Miguel sarar completamente da gripe para melhor avaliar sua situação nutricional pra daí sim, tomar algumas decisões.

Só pra arrematar o post, Miguel não ganhou peso algum. Em compensação, a pipa aqui ganhou 600g em 15 dias...onde é que isso vai parar?

sábado, 11 de junho de 2011

Meio ano depois...


Dez de dezembro de 2010. Picadas e mais picadas de agulha, uma dormência e um cheirão de churrasco. Nascia às 14h45min o pequeno Miguel. Desse dia em diante e daí para a eternidade, meus dias não foram e não serão mais os mesmos. Com sua chegada, tudo ficou mais difícil, confesso, mas ficou também mais especial. Posso dizer que agora minha vida é completa.
Dez de junho de 2011. Seis meses se passaram desde então. Meio ano de vida. Dizem que é um marco especial no desenvolvimento dos bebês.  Aqui em casa, recebemos a data com muito carinho.
Miguel está bem melhor do dodói que o acometeu, por isso mesmo resolvemos registrar esse dia para ficar como recordação.
Estou escrevendo pouco, porque ele está aqui no meu colo o admito que digitar com uma mão apenas não é pra mim...
Deixo as fotos de ontem:


Que gracinha, o bolo personalizado!

O aniversariante.

Com mamãe e vó Lourdes.

Com mamy's e dinda.

Nessa apareceu o papai e sua cara de mau.

No colo do papy's.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Miguel doentinho de novo

Pois é... aconteceu de novo... como é ruim ver nossos filhotes passando mal e pouco poder fazer para aliviar os sintomas! Tudo começou no domingo, meio da tarde. O Miguel teve uma tosse seca e digamos, não era preocupante até então. Ao anoitecer essa tosse foi aumentando. Já na segunda-feira, acordou com o nariz escorrendo, febrícula de 37,5º e a tosse já era catarrenta. Levamos ao pronto atendimento. O pediatra diagnosticou como gripe e passou uma lista de remédios - xarope, descongestionante, antitérmico, soro fisiológico para as narinas e inalação. Fiz a primeira inalação por lá mesmo. Era preciso voltar no dia seguinte.
O dia seguinte chegou. E junto com ele, o Katrina. Não sei na cidade de vocês, mas aqui em Jaú ventou muito. Um vento absurdo, eu que tô gorda quase fui carregada. Achei por bem não sair com o Miguel no meio desse vendaval todo, isso sem falar que a febre estava em 38,3º. Continuei fazendo o tratamento dele em casa, pulando apenas a inalação.
Ontem apesar dos pesares, Miguel parecia bem melhor. Pelo menos não teve febre e isso já significa muito. Porém, quando a noite caiu, ele ficou muito congestionado e acordou muitas vezes durante a noite, chorando por não conseguir respirar direito. Cogitamos aqui em casa em voltar com ele ao pronto atendimento, mas logo desistimos de submeter o menino a essa friaca terrível. Como o problema era o catarro, achamos por bem esperar.
Meu ranhentinho

Hoje o Miguel acordou muito cedo, super choroso e engasgando com a demanda de catarro, que é muito maior do que ele pode dar conta. O foda master é que além do frio de cortar a pele, São Pedro fez o grande favor de mandar uma chuva com vento. Pronto. Que maravilha! E o que eu faço sozinha, com um bebê de colo doente, embaixo de chuva e vento? Era preciso auxílio de alguém. Mas quem? Só podia ser do Flávio. Ele saiu do trabalho e foi comigo, me auxiliando no que sozinha seria impossível.
Levamos o Mimi novamente ao pronto atendimento. Eu bem que tentei marcar com o pediatra dele, mas os horários estavam todos lotados e eu precisava esperar até as 16 horas, para saber se alguém desistiria da consulta. Isso significa que eu esperaria tudo isso e ainda correr o risco de não ser atendida. Não. Nem a pau. Não dá pra esperar tudo isso!
Levamos o Miguel novamente para o PA, onde passou por nova consulta. 
(...)
[pausa para breve explicação] - 
O ruim é que foi com o mesmo médico da segunda-feira, no caso o mesmo que fez a perícia do plano de saúde. Aquele pediatra, gente, é um velho muito grosso, estúpido, sem paciência. Pra ser tão xexelento assim, deve ser porque a pipa dele não sobe mais e as castanhas tão murchas e penduradas, sem utilidade. Aí fica a vida toda de mau humor. Ô vontade de dar um pedala na nuca daquele chato! 
Ainda por cima achou ruim porque não havíamos comprado o aparelhinho de inalação. Ah, claro, eu peido e o dinheiro nasce dentro da minha calça, basta querer. Confesso que essa doença nos pegou despreparados e em hora imprópria. A gente nunca está pronta para emergências como essa.
[despausa]

Dessa vez, o velhote (digo, o pediatra) diante do nosso relato, solicitou um raio-x dos pulmões. Não é pneumonia, coisa que a gente temia. Mas o diagnóstico veio seco: traqueobronquite catarral.
- O que é isso? - perguntei toda carente de uma explicação...
Acredita que aquele pediatra caradebunda arrancou uma folha do receituário e escreveu apertando a caneta com impaciência: inflamação das vias aéreas. E mais nada. Falou apenas que eu verei isso muito ainda até o Miguel completar 5 anos. Que vontade de mandar ele enfiar aquela folha no sul. Ou de pegar a mesma folha e escrever um belo palavrão e devolver pra ele ler. Como tem gente escrota nesse mundo!
Resumo da ópera: receitou amoxilina por 10 dias, além do que ele já vem tomando. E inalação. Esse é um caso à parte. Passamos no Magazine Luiza (eu fiquei no carro) e compramos um aparelhinho. Que se dane, se vou ou não conseguir pagar é problema que vejo depois. Agora vou cuidar do meu pequeno que mais do que nunca tá precisando de mim
Indignações à parte, como é doloroso ver o Miguelzinho todo entupido, perdido no catarro! E pior ainda, eu havia encomendado um bolo para comemorar os 6 meses dele amanhã! Aproveitei uma oferta num site de compra coletiva e comprei um bolo de morango, formato de coração e escrito "Parabéns Miguel" (mandei personalizar), estava toda feliz e pumba, essa doença caiu feito um balde de água fria. Antes eu tivesse adoecido do que o Miguel, que nem sabe o porque de estar se sentindo tão mal. Mas como nem sempre dá pra ser do jeito que a gente quer, o negócio é dar muito colo, tetê e remedinho na hora certa, que logo ele ficará bom!

Esse é o bolo, pedi para escrever "Parabéns Miguel"


segunda-feira, 6 de junho de 2011

Um desabafo

E lá se vão 6 meses desde aquele lindo dia em que Miguel nasceu. Sem dúvida, o dia mais marcante e mais emocionante da minha vida. Amo meu filho como uma doida varrida, protejo ele feito leoa, por ele eu mato e morro. Amor puro, sincero e desinteressado, amor de mãe. Incondicional. Vivo por ele e pra ele. E aí é que entra o lado B da história.
Quando a gente recebe aquele positivo, a vida começa a sofrer uma metamorfose daquelas. A partir desse dia, tudo que era já não é mais. Todos os nossos sonhos mudam, nossos focos passam a ser outros. Pudera! Carregamos uma vida dentro do ventre, olha que responsa! E as pessoas que nos cercam? Um caso à parte: uns passam a nos tratar feito ET's. Outros, como se fossemos bibelôs, coisinhas frágeis que nem podem sair na calçada sob pena de adoecer. Outros ainda, nos tratam como meras embalagens de uma mercadoria cara. Tudo pode acontecer, só que essas pessoas se esquecem que por trás da gestante, ainda existe uma mulher que sente, pensa, deseja. Eu sempre desejei ser tratada de igual pra igual. E nunca fui. 
Depois vem o parto. A partir desse dia, você não é mais você. É apenas a mãe. No meu caso, eu não sou a mulher Adriana, a amiga, a esposa e amante. Sou unicamente a mãe e dona de casa. Se tenho nome? Nem eu sei mais se sou ainda a Adriana de antes. Quando me olho no espelho não gosto do que vejo. Vejo uma massa disforme amontoada e saindo pelos lados da lingerie de matrona italiana. Escapando pela roupa que um dia me serviu quando pesava 10 kg a menos. Vejo as unhas descascadas, o rosto cansado e sem expressão. Olheiras, cabelos secos e caindo. Olho pro meu arsenal de coisas legais e não me animo a usar. Claro, com que tempo, se nem consigo tomar um banho bacana? Outro dia resolvi me depilar. Jesus amado, eu parecia o Robinson Crusoé! Mais de um mês largada! Logo eu que era a criatura mais cocotinha desse mundo. A mais cheirosa, a mais "montada", que vivia sempre com tudo em cima. Eu simplesmente não tenho tempo! Não tem coisa pior do que não ter tempo para si próprio. O pouco que me sobra eu arrumo a casa. E também já não fica mais nem metade do que era antes. E olha que eu trabalhava fora, nunca tive ninguém pra me ajudar. 
Eu não sei o que aconteceu comigo. O Miguel não tem nada a ver com isso, aliás, ele é minha tábua de salvação. E pra ele que eu olho quando penso em desistir de tudo, e o sorriso dele me faz ter vontade de prosseguir, de vê-lo crescer. Mas eu estou cansada demais, triste por ter perdido minha identidade. Com inveja daquelas que conseguem levar tudo numa boa, conseguem ter uma vida normal depois disso tudo, daquelas que recuperaram as formas de antigamente. Das que podem pegar um cartão de crédito e sair às compras pra satisfazer seus egos de mulher. Das que se sentem amadas e desejadas. Das que ainda são o que sempre foram. Estou amarga, fechada pra balanço.
Dizem que vai passar. Pode ser que passe, não sei. No meu caso, depende de muitos fatores. Continuo sendo A Mãe do Miguel. Muito boa mãe por sinal, mas só isso. Eu já não sei quem eu sou na verdade, quem se esconde por trás dessa máscara de mulher forte. Preciso descobrir.

sábado, 4 de junho de 2011