sábado, 26 de outubro de 2013

Ralo abaixo - parte final


Depois de passar a noite inteira em claro, alternando os choros de dor e a TV, finalmente o relógio do celular avisou que era hora de voltar ao hospital. Cheguei às 6:30 da matina, meia hora antes do que estava marcado, e o Flávio voltou pra casa com o Miguel, coitadinho. Fiquei por muito tempo esperando que o ortopedista chegasse e quando isso aconteceu, eram quase 10 da manhã. Por sorte minha, uma pessoa foi chamada mas não se encontrava na sala. Pelo fato de eu ser gestante, fui priorizada.
Resumindo tudo porque confesso que estou cansada e bem incomodada com as dores, o fato é que, além de ter perdido uma unha inteira do dedão (gente, mas está tão feio, dá medo - isso sem falar na dor terrível), o dedo vizinho foi simplesmente moído em uma articulação. O médico disse que eu fui "artista" e fiz uma das coisas mais difíceis dado o local onde eu lesionei o osso. A essa altura, eu já temia uma cirurgia, mas felizmente não é necessário. Porém esse dedo NUNCA MAIS será o mesmo e dentro de uns dois anos em média desenvolverei ali uma artrose, que vai me causar dores pro resto da vida. O tratamento porém é de repouso, perna elevada, por 4 semanas. Aí eu fico me perguntando "como isso". Estou na reta final da gestação, tenho filho pequeno. Juro que agora fiquei numa sinuca de bico. Uma coisa é certa: me cuidar 100% não vai dar MESMO. Vou fazer o possível para deixar meu pé quieto (ui, será?) e tomar os remédios para não sofrer uma infecção no local, analgésicos para dor e pé na tábua (ai).

E a primeira troca de curativo? Tive que soltar um xingamento pra aliviar aquela dor nauseante. A enfermeira riu. Ela sabia o que eu estava sentindo naquele momento. E de quebra, após o curativo, meu dedo foi imobilizado.
Fui ligar pro marido para que me buscasse. O visor do meu celular totalmente BRANCO. Desliguei, liguei novamente e nada. Tirei a bateria, voltei no lugar, dei tapa, liguei e religuei tantas vezes que perdi a conta. Bateu o desespero. Droga de celular, só me deixa na mão! Eu não sabia o número do Flávio porque faz dois dias que foi trocado. Ligar pra quem mais? Ah, sim, para a sogra. Mas que número é? Não sabia! Tudo estava na agenda do aparelho! Eu estava cega, muda, sozinha!

Com um celular desses, quem precisa de inimigo?


Saí do ambulatório, procurando uma lista e nada. Mudei de pavilhão, atrás da bendita. Tudo isso claro, andando igual a um zumbi do TWD!


Depois de muito procurar, me deram uma lista bem antiga, que de nada adiantava, pois o número dela também era relativamente novo, adquirido após aquela edição. Sem ter o que fazer, a quem recorrer, sem rumo, sentei na praça na frente do hospital e fiquei ali deixada à própria sorte. Então uma moça com uma bebezinha linda de 5 meses no colo veio puxar assunto comigo. Papo vai, papo vem, ela estava esperando o marido. Havia ligado para que a pegasse. E me ofereceu carona. Claro que aceitei né? Mas quando estava entrando no carro, bingo: meu celular tocou e fui salva pelo gongo. Mesmo porque o Flávio ia trabalhar e deixaria o Miguel na casa da mãe dele. Eu iria para lá com a carona, mas o que eu não sabia até então é que ela não estava em casa. Mais uma vez, eu ficaria na rua, sem ao menos ter as chaves da minha casa! Sim, porque o combinado era o Flávio me pegar após a consulta e não havia necessidade de carregar chaves. Mas eu não contava com esse defeito justo hoje no meu celular!
Por fim, tudo acabou dando certo e eu finalmente cheguei sã e salva na minha casa.

Quanto ao celular? Continua na mesma aquele FDP. Estou pensando em realizar meu grande sonho que é mandar ele sem dó na parede. Só preciso de um substituto. Eu juro que ainda faço isso e de quebra, piso em cima sambando feito Seu Madruga.



THE END

4 comentários:

Sônia Cristina disse...

Oi Dri,

Que saga, meu Deus!
Adoro, adoro seu jeito tão bem humorado de escrever. Eu não sabia que tú tinha dado continuidade ao Blog.
Caraca, como será esse repouso?
Mas graças a Deus está tudo bem né?
Que o Rei Arthur venha tão iluminado quanto o "nosso Miguel".
PS. Um dia, ainda vou em Jaú pra tu decorar minhas unhas.

Beijo.

Adriana Bandeira disse...

Sonia, voltei sim, afinal Tutu merece registro também.
Agora repouso? Que repouso? Com o Miguel é osso hein? Como diria Padre Quevedo: Isso non Ecziste! hahahahahah

beijos!

Cláudia Leite disse...

Nossa Dri! Suas gestações são cheias de acontecimentos ein!
Espero que isso não inflame, porque aí o repouso pode ser maior, tenta se cuidar ao máximo!!

bjo, boa sorte, boa semana!

Adriana Bandeira disse...

Repouso com o Miguel é algo inexistente, mulher!

Mas cá entre nós, só pode mesmo ser a Lei de Murphy, o que vc acha? Parece até que eu invento, de tanta coisa pra uma pessoa só! Parece piada, gente! É como o Flávio diz: "nossa, como vc se fode"... Bem assim mesmo!