sábado, 26 de outubro de 2013

Ralo abaixo - parte I

Dizem que no mês anterior ao nosso aniversário, a gente enfrenta o tal do inferno astral. Eu acho que não é bem por aí não. É justamente no mês do aniversário que ele acontece. Vou explicar melhor...

Sabe aquela expressão deprimente em que a pessoa diz: "cheguei ao fundo do poço"? Então, eu protagonizei uma versão miniaturizada da coisa: Eu cheguei ao fundo do ralo. Ponto.
Ontem foi dia de faxina. Sexta-feira é praxe, no mais tardar sábado: limpo a casa toda, lavo a roupa que ainda tenha sobrado da semana, dou aquela geralzona na house. Até aí, sem novidades. Foram 7 horas e meia de batente pesado para dar conta de tudo, inclusive dos caprichos do Miguel.
Começo de noite, eu exausta com farofa e batatinha, marido chega em casa. O que tem pra comer? Nada, poxa. E eu não vou pro fogão. Saia e vá atrás de algo. E lá foi ele de volta pra rua. Ficamos o Miguel e eu em casa.
Devido ao calor e ao grande esforço físico, naturalmente eu não estava com cheirinho de flores. Resolvi tomar um banho. Levei Miguel e uma pá de brinquedos a tiracolo.
Tudo corria bem até que a mangueirinha do chuveiro resolveu cair e a água começou a escapar pelo caninho lá em cima, espirrando tudo no revestimento. Contrariada, P da vida, pois a mesma mangueira já havia caído umas duzentas vezes no mesmo dia, resolvi consertar.
Foi aí que o barraco desabou! Eu pisei em falso e meu pé escorregou para dentro do ralo do box. Senti meu pé lambendo tudo por dentro do ralo e eu caí sentada com a mangueira na mão. O pé entalado naquele maldito buraco. Se eu senti dor? Nada! A adrenalina, o susto, o medo, até a manobra impensada porém instintiva para não cair sobre o Miguel me anestesiaram completamente.
Primeira ação: tirar o pé do ralo. Sentada no chão, pelada, com shampoo no cabelo, só ouvia o Miguel dizer: "que dó, que dó, mamãe caiu, que dó, dodói mamãe..." Foi quando olhei bem para o meu pé esquerdo e vi a unha do dedão  uns 70% descolada, levantada, deslocada, com uma porção da raiz exteriorizada, sangrando. E o dedinho ao lado começou a latejar. Passei a mão e percebi que ele tinha algo de diferente. Então me lembrei que eu estou grávida e eu caí sentada. PERIGOOOOOOOOOOOOOO! Tremia toda de pânico. Ao mesmo tempo acho que estava meio em choque. Não sei dizer ao certo. Só pensava em me safar. Mas como? Tava sozinha, poha! Depois de me certificar de que não havia mais sangue além daquele que me saía do pé, friamente terminei meu banho e lavei o Miguel. Saí, me enxuguei e deixei ele ali brincando mais um pouco. Não sei onde encontrei forças para seguir adiante, mas consegui. Fui tentar uma ligação, mas meu celular tinha só 36 centavos. Não era suficiente para ligar para outra operadora. Meu facebook ainda estava aberto e chamei um vizinho, que por sorte só que não estava ON. Pedi para que ligasse para o Flávio e o celular dele tocou na estante da sala. MERDAAA! Naquele momento, eu gritei, xinguei. Minha ficha estava caindo! Eu estava sozinha pra valer. Botei uma roupa e esperei. Acho que se passaram uns 20 minutos e ouvi o carro embicar na garagem. Gritei para que saísse do carro, fechasse os vidros, trancasse a porta e entrasse. Ao saber do acidente, ele quis destruir o banheiro e eu bati o pé: não era hora para dar piti! Eu precisava de socorro. Ele tirou o Miguel do banho, trocou, eu fiz o tetê dele e rumamos para a Santa Casa.
Fui para a triagem, de lá para a maternidade, onde o obstetra plantonista constatou que Arthur estava bem. Ufa. Metade do problema resolvido. Alívio imenso. E o medo de ter de ficar por ali mesmo, fazer um parto de emergência com 29 semanas, por um descolamento de placenta? Deus me livre!
Foram 3 horas de suplício. Tudo sozinha, porque logo após os exames na maternidade, pedi para o Flavio levar o Miguel embora, eu iria demorar muito ainda.
Fiquei ali das 21h até 0h12. Espera, consulta, espera, raio-x, dedo trincado, uma unha para extrair. Retorno à consulta e a famosa espera no corredor. Tinha gente espancada, doente, fedida, estropiada, tinha uma senhora com o dedo do pé caindo de podre, tinha gente passando mal e eu ali. Firme e forte, mas no meu limite. Não demoraria muito e eu sucumbiria de vez. Me chamaram e me botaram numa maca. "Deita aí, nós vamos limpar, anestesiar e fazer a extração. " (...continua)



6 comentários:

Unknown disse...

Dri...... fundo do ralo...força amigs!!@

Unknown disse...

Dri...... fundo do ralo...força amigs!!@

Unknown disse...

Dri...... fundo do ralo...força amigs!!@

Adriana Bandeira disse...

Como diriam os mamonas:
Aii, como dóiii!

Bjs, Ale!

Anônimo disse...

Viuxeeeeeeeee
Fiquei com o pé doendo só de ler.
Outro dia eu quase quebrava o meu no ralo do banheiro também, tirei a tampa para limpar quando lavei e não coloquei de volta... um risco.
Melhoras, se cuida.

Adriana Bandeira disse...

Obrigada, Malu!
E cuida do seu ralo aí. O meu era defeituoso por conta do pedreiro safado que não fez o serviço como deveria. Quem pagou o pato fui eu. Hunf!