sábado, 26 de outubro de 2013

Ralo abaixo - parte II

Eu só deitei naquela maca no momento em que vi o médico com a seringa de anestésico nas mãos. Meu ar faltava, porque grávida com barrigão não consegue ficar deitada a não ser de ladinho. Mas eu precisava me deitar porque a tortura finelmante começaria.
O médico pediu ao enfermeiro que limpasse o ferimento e eu senti aquilo arder feito o fogo do inferno. Daí o sádico féladaputa anunciava cada agulhada meio que comemorando: "piquei". Acho que aquele zangão duzinferno me picou umas 5  ou 6 vezes e a cada furo, parecia que meu dedo estava sendo fisgado por um anzol. Então ele mexeu na unha e doeu. Eu avisei, a anestesia não pegou. Mas ele não me deu ouvidos e foi em frente. Começou a puxar o que havia de grudado na carne. Parecia que meu dedo tinha dente, que tinha um pé de rabanete plantado ali, qualquer coisa que me fazia delirar e faltou pouco, muito pouco, para eu gritar em alto e bom som um k-ra-lhowm mas preferi segurar a onda e o que me saiu foi um gemido. Então eu senti o último fio que prendia minha unha se romper. Pronto - ele disse. Acabou. Deixou que o enfermeiro terminasse a limpeza e o curativo. E dor, dor, dor, a anestesia não pegou direito. Que sensação medonha! Daí recebi a notícia de que não havia médico especialista para resolver o problema da fratura do dedo vizinho e recebi encaminhamento para essa manhã de sábado.
Estou em casa mas desde então não dormi de tanta dor. Meu coração está batendo dentro do meu dedão. Estou repousando com meus pés elevados, mas não consigo pregar meus olhos. Daqui a pouco vou sair e ir novamente ao PS encarar o segundo dia da saga. Lá irão decidir se meu pé receberá gesso ou apenas uma tala. Por enquanto, estou desse jeito aqui:


Continua na volta do PS...

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