quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Quase indo...

Pois é. Depois de tanto choro e ranger de dentes, a gente tá na reta final, com sérias intenções de iniciar a mudança de casa nesse final de semana. Eu to com medo, sabe... já mudei muitas vezes, sou pior que cigana, mas nunca com bebê nos braços. Sempre meti a mão na massa, mas agora a coisa mudou de figura. Estou de mãos atadas. 
Aliás, outra coisa que me incomoda é que eu adoraria me mudar com a casa finalizada 100%, mas isso não irá acontecer. Claro que, tudo o que está no projeto da Caixa Federal está pronto, mas o restante como fachada, garagem (piso e cobertura), reboco externo do muro, não estarã prontos. Vou ter que aturar pedreiro me amolando enquanto eu morar lá. É o pior castigo pra mim. Mas deixa pra lá, olha eu de novo reclamando de barriga cheia, não é mesmo?
Sei lá, acho que as amigas que estão comigo a mais tempo notaram que meu comportamento mudou muito de uns meses pra cá. Antes eu era mais leve, brincalhona e agora parece que meu mundo ficou escuro, que me tornei uma pessoa ranzinza, azeda. Eu também notei isso e não consigo parar. Juro que penso nisso todo santo dia, mas estou muito amargurada. É que me sinto cansada e sozinha. Me sinto pesada para as pessoas, como se não fosse nem a sombra da Adri do passado. Mudei muito. E não creio que tenha sido pra melhor. Só dou o meu melhor pro Miguel. Ele pega tudo o que tenho de bom pra ele. 
Embora a maternidade seja uma coisa linda, tenho que dar o braço a torcer que não é nada fácil. Desde que me tornei mãe eu:
  • Fui esquecida pelas pessoas. Parece que eu sou mero veículo de carga do Miguel. Eu não chego aos lugares. É o Miguel quem vai, montado na mula aqui. 
  • De repente eu sou uma pessoa burra e que todo mundo precisa me ensinar algo, mesmo que seja a mais tremenda idiotice. Como se o Miguel andasse sujo, doente e desnutrido. 
  • Dormir não me pertence mais, mesmo que o sono esteja me tirando a capacidade de pensar, agir, reagir. Eu que molhe a cara com água gelada e rumbora cuidar da vida.
  • Falar em dormir, adquiri uma senhora insônia e meu sono quando acontece, é muito leve.
  • A minha gilete dura meses com o corte excepcional, visto que nem é utilizada. As pernas andam abandonadas, assim como o restante das partes pilosas. Mas como disse uma vez uma comediante de stand up: "se eu não recebo visita, pra que é que vou varrer a calçada?". Pois é, já que não rola nada, pra que eu vou perder tempo me depilando, ficar bonita pra quê, se nem mulher eu sou mais? Aí vão dizer, fica bonita pra você, oras... é que eu não sou mais eu, saca? 
  • Fico pensando se eu perdi a sanidade mental ou se adquiri mais. Cada dia é um exercício poderoso da paciência e resignação.
  • Tenho 4 peças de roupa ao total: 2 camisões e 2 vestidos. A calça jeans nem conta, porque é de numeração menor e quase me causa uma gangrena quando visto. Pra isso tem camisão, esconde a banha saltando pra fora e também o efeito Zezé Di Camargo no "cavalo" da calça, que fica apertado e divide a perereca em zonas leste e oeste. Coisa fina, xékssi. Abri mão dos meus pequenos luxos pra manter o bem estar do meu filho.  Fazer tudo não dá. Primeiro ele.
  • Faço minhas unhas sim, mas por volta da meia noite e elas somente duram até o dia seguinte; quando lavo a primeira louça, lá se vão as lascas na ponta. 
  • Se eu to aqui no notebook, é porque não dá pra estar na labuta, é porque o Miguel está no colo, senão não tem lazer algum. 
E aí ficam me falando que eu estou de férias, que eu parei de trabalhar, que ficar em casa é melzinho na chupeta. Entendo a Than, a Claudinha e as tantas mamães que matam um leão por dia, que não têm ajuda e que se viram como podem.
Pra quem pensa que é brincadeira de criança, eu vou logo falando que não é. Mas é bom demais depois de tudo isso, olhar pro rostinho do nosso filhote e receber um sorriso em troca de tanta dedicação.
Esse post é o desabafo de uma mãe cansada (e por que não?), frustrada. Nem sei porque escrevi tanta coisa, se amo estar aqui. Talvez os últimos acontecimentos aqui na minha esfera pessoal, estejam me deixando assim doente de azedume e negativismo. 
Ah, e mais uma coisinha, como estou de malas prontas, vou sumir um tempo. Vai dar uma saudade gigantesca desse cantinho, das amigas, dos bebezões deliciosos... será que eu resisto a essa distância toda?

8 comentários:

Larissa Xavier disse...

olha mudança não é facil mesmo viu...
mas td bem qdo estiver tudo prontinho creio que valera a pena...

e não desanime mulher, pensa que vc tem pessoas que precisam de vc, e mais do que isso vc tbm precisa de vc bem... vc precisa estar bem... e toda poderoza, nao sempre, pq afinal não somos de ferro né?! mas de vez enquando quem sabe...

e no fim tudo vale muito a pena..
bjocas no core

e acho que é coisa de mãe ter gilete por varios meses impecavel, e pernas peludas sem falar em outros lugares... hihihi

Maya Segers disse...

Acredito que tudo que está sentindo é normal me disseram que passa esperamos mas tente pensar em vc tbm. e tenho certeza que o sorriso do Miguel faz vc esquecer tudo isso rapido

beijos

Cláudia Leite disse...

HÁ! Só de pensar que vc ficará AINDA mais ausente nesse cantinho aqui, dá tristeza! É tão bom te seguir, ler seus posts de 'gente como a gente', sem maquiagens, com a realidade do dia-a-dia materno. Até vc estando desanimada seus posts são bons, vc nasceu pra isso amiga.
Tudo o que relatou aqui são coisas que passam pela minha cabeça frequentemente, sei bem que não tem nada de melzinho com açúcar.

Quanto à mudança, deve tesra sendo difícil mesmo ein, mudanças geram uma confusão, imagina quando não estamos 100% disponíveis não é mesmo?

E obrigada pela solidariedade feminina, ou melhor, materna, pois a parte feminina de nós está meio esquecida mesmo, espero quepor pouco tempo.

bjos, e volte sempre tá?

Karina disse...

Boa mudança!!! Vai valer a pena...

E olha super me identifiquei com a parte que esquecem da gente, eu chego aonde for (casa de pais, sogros...) é sempre depois de uns 10 minutos que lembram de me falar Oi, Como se tá...rs

Bjos!

Renata Clessan disse...

Ah, não demora não Dri!!
Entendo muito bem o q está sentindo, mas acredite, é só uma fase!
To sumida daki, voltei ao trabalho e tá punk!!
bjusss

Jorgea disse...

Olha, acho que tudo isso que tu falou acontece com todas as mães, mas pense que será uma fase e ela passa.
Eu me identifico contigo porque agora sou apenas uma barriga e sei que depois serei a mãe do Gabriel.... isso me estressa um pouco tb.
Não some muito tá e boa mudança.
beijos

Marcia Pergameni disse...

Flor, não fique assim tão desanimada. Sei como vc se sente. Eu voltei a trabalhar, mas a minha vontade é estar em casa com as crianças o tempo todo, ainda que isso signifique um aperto na renda. Não fique muito tempo longe daqui, nossos cantinhos são um porto seguro onde a gente encontra gente igual a gente e encontra apoio, ainda que um pouco distante, mais até do que aqueles que estão perto de nós!!! Porque aqui ninguem é o sabidão que quer ensinar as verdades da maternidade. Por isso flor, faça uma boa mudança. e se a grana estiver curta compra uma promoção nos sites de compra coletiva. lá vende de tudo e vc vai arrasar gastando pouco!!

carla disse...

Faço minhas suas palavras, só que com a diferça de trabalho que a Duda dá pois está mais tranquilo....mas o resto TUDO!!!!!!! estou em casa com ela estava doente e precisa fazer repouso...mas como isso não fosse motivo...estou de férias...como dizem...essa frase me causa uma raiva tão grande afff...bom miga.....vamos ser fortes por que não estams sós nessa..bjs