Louca? Eu?

Tava eu sentada na cama ontem à noite, com o Miguel pendurado na teta, ele quaaaase dormindo. O Flávio estava me fazendo companhia, conversávamos sobre os episódios do dia, como o pirão de urubu, a pericia do Mimi (leia no post anterior), e outros assuntos referentes ao nosso filho. Marido afirmou nem se espantar mais com o que acontece e com o que relato aqui, porque ele bem sabe a mulher maluquete que tem. Foi nesse momento que ele teve uma lembrança: "Você precisa saber o que fez noite passada, por acaso tá lembrada de algo?"

Respondi que não, então ele iniciou o relato. No meio da madrugada, ele acordou com a movimentação estranha. Olhou pro lado e deu de cara com a seguinte cena: eu, deitada de barriga pra cima, abraçada na mortadela (travesseiro que eu adotei como meu companheiro noturno, que deformou e se transformou em um rolo de espuma, em formato de mortadela e ao qual adoro dormir abraçada ou encavalada), ninando a peça. Flavio achou a cena no mínimo deprimente e foi tomar satisfação:

"-Bem,  bem, o que é que você tá fazendo aí?"

E eu: "Shhhhhhhhhhhhhhh, quieto senão você acorda o Miguel". E ninava a mortadela, cantando baixinho uma canção pro "menino" dormir. Flávio não se aguentou, e me revelou que aquilo ali não era meu filho, que era só o travesseiro. Então estiquei os braços pra cima, segurando a mortadela, olhei bem e decepcionada, joguei pro lado, soltando um "tsc, ahhh". Ele riu e eu ainda fiquei brava: "É, vocês estão me deixando louca!" 

Louca? Eu? Magiiiinaaaa! Outro dia velei o sono do gato, anteontem, ninei um travesseiro, tudo isso sem nem saber de nada, no maior estilo zumbi-sonâmbulo... Mãe que é mãe, não esquece dos filhos nem debaixo das cobertas! Por isso eu digo sou mãe, maluca, uma mãeluca!