quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Nasceu Arthur!

Tá surpresa com a notícia?

Aham, agora imagina eu!

Com 36 semanas e 6 dias de gestação, não é que o malandrinho resolveu dar as caras? Pois é, meninão apressado, viu!
Tudo começou, eu acho, no sábado, dia 14. O Miguel havia completado 3 anos no dia 10 e a avó queria fazer uma festinha para entregar o presentão de Niver que comprou - uma moto elétrica.
O comes foi aqui em casa, então precisei entrar na limpeza, pra deixar tudo nos conformes para receber as pessoas.


Essa seria a última foto da minha barriga. 

Depois de tudo, senti meu corpo gritar por socorro, estava estranha, mas considerei ser o cansaço pelo esforço físico e até pelo stress. Fui deitar.
Acordei no domingão com dor em tudo quanto é lugar e uma visão turva, o que me fez ir até a farmácia pedir exame de glicemia e também ver como estava a minha pressão. Tudo normal. Fui ao mercado, senti dores no pé da barriga, mas isso já era tão comum que não dei tanta atenção a isso.
Quando cheguei em casa, iria fazer o almoço, mas uma sequência de dores não deixava. Deitei na minha cama e comecei a amargar o que seria o começo de um calvário de dores horrendas.

No início, pareciam cólicas fortes, do tipo "comi maionese estragada e vou ter um dia de rainha - no trono".
Mas cólicas não são tão cíclicas e tampouco vêm e vão num espaço de tempo tão regrado. Então suspeitei que seriam as famosas contrações. Minhas costas doíam, a barriga doía e endurecia. Pedi pro Flávio cronometrar e... Batata! A cada dez minutos, durando cerca de 40 segundos, a dolorosa vinha e devastava tudo.
10 minutos. 7 minutos. 5 minutos. Comecei a reunir o que faltava para a minha mala: escova de dentes, de cabelo, pó para o rosto (hein?) lápis de olho, desodorante, chinelos, documentos, a pasta com a papelada  do pré-natal, celular, carregador, máquina fotográfica, lembrancinhas que fiz às pressas, entre cada contração (não tive nem tempo de ir atrás das lembrancinhas da maternidade, fiz pequenos saquinhos de jujubas arrematados com fitilhos e as etiquetas). A essa altura do campeonato, as dores eram mais graves e eu já estava feito uma onça, meu mau humor havia atingido níveis perigosos, do tipo "sai de perto ou morre".
Tudo dentro do carro, Miguel inclusive (kkkkkkkk), lá fomos nós deixar a cria na casa da avó e depois, pra maternidade. Flávio retirou a minha ficha no balcão do PS enquuanto eu aguardava no carro, tremendo de dor. Eram 16:30.
Subi logo para a maternidade e o médico plantonista daquela tarde, que chamarei de "Dr. A", me examinou e concluiu que:
- eu não estava tendo contrações (QUÊ? )
- que aquilo não era dor (SE NÃO É DOR, É O QUÊ, SEU ASNO?)
- que nasceria talvez em um ou dois dias (ENTÃO É O NÃO É TRABALHO DE PARTO, CATSO?)
E eu concluí que ele não sabia era NADA a meu respeito.
O pior é que ele me deixou sangrando feito uma leitoa e aí eu comecei a perder o tampão, minhas contrações pioraram ainda mais e eu só tinha 1 dedo de dilatação. Ele ia me mandar pra casa, mas acabou optando por uma cardiotocografia, que mediria minhas contrações. Ao ter em mãos o resultado do exame, resolveu mudar de idéia e me mandar pro quarto para que eu ficasse em observação. Aliás, coincidência ou não, foi o mesmo quarto e o mesmo leito em que fiquei quando o Miguel nasceu, o 326B!

Só sei que fiquei ali deitada na cama tremendo e unhando o colchão a cada contração que vinha. Aí já duravam tanto tempo quanto voltavam, ou seja, 40s a 1 minuto de dor, outro tanto tempo de descanso. Às  19h trocou o plantão e às 20h, me chamaram para novos exames. Eu estava em franco trabalho de parto, com 6 dedos. O médico ao qual chamarei de "Dr.M" me mandou pro centro obstétrico, pediu para que me colocassem a roupa especial, o acesso de soro, que logo ele iria romper a bolsa.
Dali da saleta do médico ao C.O fui de cadeira de roda. Bunda larga, cadeira pequena, aquela dor infernal das contrações e a roda da cadeira roçando a minha busanfa. Xinguei. Perdi a classe, xinguei, eu já não suportava mais.
Fui colocada em uma maca, colheram minhas digitais, botaram soro (era puro, sem ocitocina, perguntei para saber o que estava tomando). Quando o médico chegou, estava em 7 de dilatação. Ele foi buscar os instrumentos para romper a bolsa, quando voltou, já eram 8. Rápido, ele até se assustou. Rompeu a bolsa, virou-se e saiu rapidamente. Então eu dei um berro: "aaaaaaaaaaaaaaaaiiiiii, eu vou cagar na camaaaaaaaa" e veio uma coisa, uma vontade e forcei. Estava tendo o famoso repuxo. Ele foi olhar e exclamou: "uhulll, 10, leva ela rápido pra sala de parto, chama o anestesista, rápido, já vai nascer!"
Saí escorrendo líquido amniótico pelo corredor, fui colocada naquela cama constrangedora, porém sentada. aguardei a picada da anestesia, esperando que fosse tão infernal quanto as que levei no parto do Miguel, mas por minha sorte, o anestesista dessa vez foi aquele considerado "a prata da casa", o mais famoso, o melhor, o mãos de fada. E olha que levei a picada no meio de uma contração, eu estava toda dura.
Fui deitada rapidamente, preparada e novamente a cena se repetiu: "cadê o pai?" Gente, o Flávio tinha sumido! Eu ouvia as enfermeiras dizendo que ele estava muito nervoso momentos antes. Pensei que ele tinha arregado. Eu quase chorando, dizia: "ele não pode fazer isso comigo! Me deixar sozinha aqui não! E a máquina? E as fotos? Liguem no celular dele, pelo amor de Deus!" Mas me disseram que naquele momento, a prioridade eram o bebê e eu. Só que por sorte, logo em seguida ele entrou afobado terminando de se vestir e já se posicionou ao lado da minha cabeça. O Arthur estava começando a passar pro lado de cá. eu sei que gritei forte, porque a enfermeira que auxiliava no momento do parto estava forçando a minha barriga no momento da contração e aquilo me causava dor. eu estava agarrada a uns ferros, mas já não conseguia mais saber se eu estava fazendo a força suficiente. E aquilo doía. Foi aí que o médico anunciou: "Força, a última! Então senti minha barriga murchando e logo uma geleiazinha quente foi colocada sobre meu corpo. Era o Arthur!
Eu só queria conhecer quem era o habitante da minha barriga e do meu coração.

Alívio............................................

Eu só queria saber se ele estava bem, se tinha tudo no lugar. Pedi pra olhar seu rostinho e quando o vi ali, chorei feito uma criança. Aliviada, emocionada, exausta, feliz. Finalmente conhecia meu Tutis.
Me tranquilizaram dizendo que era um garotão saudável, até xixi no médico ele fez! Foi levado à sala de procedimentos, o pai foi junto e eu fiquei ali, feito uma franga de padaria, enquanto removiam a placenta, recebia os primeiros cuidados e a sutura. Esqueci o constrangimento e bati maior papo. Ali, toda exposta. Fazer o que, né? Eles vêem isso a todo momento, eu seria só mais uma. Quando o Flávio voltou, já não era mais permitido que ficasse ali, fiquei sozinha de vez.
Fui passada pra maca, fiquei em observação tomando 2 litros de soro e logo voltei pro quarto, abraçada ao meu embrulho. A cena do parto do Miguel, o corredor, o pacotinho nos braços, tudo voltou à minha cabeça. Vai começar tudo de novo: os cuidados, as visitas ao pediatra, as vacinas, as noites em claro!

Por falar em noites em claro, a minha noite foi longa. Suja, esperando as 6 horas de repouso, excitada com os fatos, morta de fome, não preguei os olhos. Fui pro banho quando o dia já estava pra amanhecer. Fui caminhando, sem problemas, morrendo de medo de arrebentar os pontinhos que ganhei, mas fui de boa. Nem comparar com o primeiro banho pós cesárea!

Amamentando após meu primeiro banho

....

continua num próximo post

3 comentários:

Unknown disse...

Que maravilha, tudo correu bem! \o/

saúde pra vcs!

Marie disse...

Eu rí...
Mas fiquei pensando pq estourar a bolça?
E o primeiro médico foi tosco mas soube reacionar, a enfermeira sem noção, e então quando lhe deram de comer?
Vc amamentou com fome?
No final saiu tudo bem, que bom!
Parabéns pela garra e pro apresadinho do Arthur.

Adriana Bandeira disse...

Marie, sei lá. Acho que foi pq dilatei e a bolsa nem tchum. Tinha que romper de alguma forma, e se quer saber, eu só queria acabar com aquela dor. Eu só fui comer com o dia amanhecendo na segunda-feira, lá pelas 5 da matina. Estava varada de fome. Mas no fim, estamos todos aqui, ufa. Hoje até dou risada, mas na hora do pegapacapá foi triste, viu?